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IBGE: queda do emprego reflete forte recuo da produção

Por Jacqueline Farid
Atualização:

O economista da coordenação de indústria do IBGE André Macedo observou que os resultados negativos do mercado de trabalho do setor industrial em dezembro refletem a forte perda de dinamismo na produção do setor no último trimestre do ano passado. Segundo ele, o emprego habitualmente responde com defasagem aos movimentos na atividade, mas como a perda no final do ano passado na produção foi muito intensa, não é possível saber ainda se os resultados na ocupação de dezembro são um "contágio final" ou se tendem a se aprofundar nos próximos meses. Macedo explicou que, em termos setoriais, os segmentos que vinham puxando o emprego industrial em 2008 mostraram forte desaceleração nos resultados no final do ano. É o caso de veículos automotores, que em outubro ainda registrava um aumento de 7% no emprego ante igual mês de 2007, passou para uma alta de 4% em novembro e, por fim, para um aumento de 1,1% em dezembro. Outro exemplo citado por Macedo é a produção de máquinas e equipamentos, que passou de uma alta de 8,4% em outubro para 2,7% em dezembro. Segundo ele, as atividades que já vinham registrando queda no emprego, como calçados e têxteis, mantiveram o ritmo de recuo sem alterações por causa da crise. Segundo Macedo, a queda de 1,1% no emprego industrial em dezembro ante igual mês do ano anterior, o pior resultado desde janeiro de 2004 no total nacional, foi puxada por São Paulo, onde a ocupação recuou 0,8%, o primeiro resultado negativo nessa base de comparação desde abril de 2004. O economista do IBGE explica que "os setores que vinham sustentando os resultados positivos em São Paulo, como veículos automotores, mostraram perda de velocidade significativa". No que diz respeito à folha de pagamento real da indústria - com queda de 0,7% ante novembro e alta de 4,1% ante dezembro de 2007 -, Macedo disse que o resultado positivo ante dezembro de 2007 não evitou uma desaceleração forte também nesse indicador, que até setembro, antes da crise, mostrava expansão mensal em torno de 7%. Segundo ele, os resultados da folha em dezembro incluíram não apenas benefícios com 13º salário e férias, como também pagamentos de rescisões de contratos de trabalho.

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