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IBGE revisa PIB de 2009 e reduz queda de 0,6% para 0,3%

Revisão definitiva dos índices aponta queda menor no PIB industrial e agropecuário e aumento menor no de serviços

Por Alexandre Rodrigues e RIO
Atualização:

A recessão enfrentada pelo País em 2009 sob a influência da crise global desencadeada em 2008 foi um pouco mais suave do que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontava até agora. O órgão divulgou ontem a revisão definitiva do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. A economia recuou 0,3% no ano retrasado, em vez da última estimativa preliminar do IBGE, que era de queda de 0,6%. O PIB industrial e o do setor agropecuário também tiveram a queda suavizada na revisão. O primeiro ficou com índice definitivo de -5,6% em vez de -6,4% e o segundo de -3,1% em lugar dos -4,6% da última preliminar. Já o setor de serviços, que responde por cerca de 60% do PIB e ajudou a atenuar os efeitos da crise sobre o PIB, teve o desempenho positivo de 2009 ligeiramente revisado para baixo, passando de alta de 2,2% para 2,1%. Pelo lado da demanda, o desempenho do consumo das famílias foi revisado de 4,2% para alta um pouco mais forte, de 4,4%. O consumo do governo passou de 3,9% para 3,1% e a Formação Bruta de Capital Fixo, que traduz investimentos físicos, ficou em -6,7%, uma revisão mais substancial em relação à queda de 10,3% da última estimativa preliminar. A variação das exportações em 2009 passou do recuo de 10,2% para um resultado final de -9,1%. Já o desempenho das importações de bens e serviços foi revisado de -11,5% para -7,6%. Roberto Olinto, coordenador de contas nacionais do IBGE, explicou que é normal mudanças nas estimativas do valor adicionado produzido pela economia num ano ser revisado após a atualização e maior detalhamento de dados de diversas fontes, principalmente das empresas e seus investimentos. O técnico do IBGE atenuou a influência que uma revisão positiva do PIB de 2009 terá sobre a revisão do resultado de 2010, cujo índice de 7,5% será revisto nos próximos dias. Há expectativa de que uma revisão para cima do resultado do ano passado possa também favorecer o resultado deste ano, que o governo quer manter acima do nível de 3%. "Esse efeito de carregamento é maior na comparação trimestral. Na anual, quase não há esse efeito", disse Olinto, dando como exemplo o efeito estatístico da variação do PIB num último trimestre de um ano sobre o primeiro do ano seguinte. Olinto reconheceu que a revisão mais favorável do PIB em 2009 muda a "estrutura de pesos" na série usada para rever o PIB de 2010, mas ressaltou que o impacto é pequeno e o resultado depende de outros fatores, como a atualização dos dados de várias atividades econômicas.

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