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IBGE: setor externo causou desaceleração do PIB

Por JACQUELINE FARID E ADRIANA CHIARINI
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Os resultados do setor externo foram os principais responsáveis pela desaceleração registrada no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, em relação ao segundo semestre do ano passado, observou a gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Palis. O PIB cresceu 0,7% ante o quarto trimestre de 2007, perdendo ritmo em relação à expansão de 1,6% apurada no quarto trimestre do ano passado ante o terceiro trimestre do mesmo ano e de 1,8% no terceiro trimestre de 2007 ante o segundo trimestre. Segundo Rebeca, apesar da desaceleração, o crescimento do PIB permanece expressivo e o aumento de 5,8% apurado em 12 meses é o maior para 12 meses registrado no País. Um número próximo a esse foi apurado apenas no último trimestre de 2004, quando o ano fechou com expansão de 5,7%. Segundo ela, o mercado interno, o bom desempenho da indústria e os investimentos continuam sustentando o crescimento da economia. Por outro lado, as exportações registraram no primeiro trimestre o primeiro resultado negativo (-2,1%) apurado pelo IBGE ante igual período de ano anterior desde o segundo trimestre de 2006. Já as importações, que contribuem negativamente no cálculo do PIB, cresceram 18,9% no primeiro trimestre de 2008. De acordo com Rebeca, os resultados das exportações no primeiro trimestre foram influenciados pelo câmbio, que permanece baixo e já vinha levando as vendas externas de bens e serviços a crescer abaixo das importações desde o início de 2006 e, ainda, pela greve dos auditores da Receita Federal, iniciada em março. Investimento A expansão de 15,2% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no primeiro trimestre de 2008, ante igual período do ano passado, representou o 17º crescimento consecutivo nessa base de comparação. A gerente do IBGE, Rebeca Palis, disse que o resultado "não sofreu ainda nenhum efeito do aumento dos juros (Selic), já que a primeira alta ocorreu na reunião do Copom de abril". Segundo ela, é difícil prever quando a alta dos juros terá efeito sobre os investimentos, já que há um intervalo de tempo entre o ciclo de alta e seus efeitos na economia e essas conseqüências dependem também de outras variáveis macroeconômicas. No primeiro trimestre deste ano, o ótimo desempenho da FBCF - que já havia crescido 16% no quarto trimestre de 2007 ante igual período do ano anterior - foi influenciado pela taxa de juros efetiva Selic em patamar mais baixo (11,2% ao ano no primeiro trimestre de 2008, ante 12,9% no primeiro trimestre de 2007) e, ainda, pelo aumento de 33,9% no aumento do crédito de recursos livres para pessoas jurídicas no primeiro trimestre deste ano ante igual período de 2007.

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