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Ibovespa fecha no vermelho por realização de lucros, mas sobe 2,5% na semana

Por PAULA AREND LAIER
Atualização:

A Bovespa teve nesta sexta-feira a primeira queda em sete pregões, com investidores embolsando lucros após uma semana marcada por renovação das máximas no ano. O quadro geopolítico global mais tenso e a ausência de pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos corroboraram o ajuste, em sessão marcada por volume abaixo da média do mês, enquanto agentes aguardam novos desdobramentos na cena eleitoral a partir de segunda-feira, incluindo pesquisas eleitorais. O Ibovespa fechou em baixa de 0,99 por cento, a 58.407 pontos. O volume financeiro somou 4,9 bilhões de reais, bem abaixo da média diária mensal de 7,1 bilhões de reais. Na semana, o índice acumulou alta de 2,53 por cento. "Tudo o que indicar a alternância (no governo) ajudará na alta, mas uma coisa é a expectativa e a outra é a realidade. Ainda há muitos desdobramentos, muito risco. E o mercado não será complacente. E essa realização de lucros mostra isso", disse o gestor na NP Investimentos Julio Erse. Para a próxima semana, entre outros eventos, o mercado estará atento à pesquisa Ibope sobre a intenção de votos, prevista para ser divulgada a partir de terça-feira, bem como para a entrevista de Marina Silva (PSB) ao Jornal Nacional (dia 27) e à divulgação do programa de governo do partido (dia 29). As ações preferenciais da Petrobras, que vêm oscilando conforme a dinâmica eleitoral, recuaram pelo segundo pregão, mas na semana acumularam alta de 2,55 por cento. Também os bancos sofreram nesta sessão, com Itaú Unibanco e Bradesco em queda, mas na semana ambas tiveram ganho de 3,3 por cento. Outra influência negativa relevante veio de Vale, após os preços de minério de ferro para entrega imediata na China alcançarem o menor patamar desde 19 de junho, para 91,90 dólares a tonelada. No exterior, o aumento das tensões entre Ucrânia e Rússia e comentários da presidente do banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, sem pistas sobre eventual aumento dos juros norte-americanos abriram espaço para um ajuste em Wall Street, com o S&P 500 recuando. Da cena corporativa doméstica, Gol foi um dos poucos papéis a fechar no azul, na esteira do aumento de 8,6 por cento na demanda total por voos e queda de 2,8 por cento na oferta de assentos em julho, o que ajudou a empresa a fechar o mês com alta na taxa de ocupação. Em outra frente, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aceitou o ingresso de uma série de companhias e entidades com preocupações concorrenciais como terceiros interessados no processo de fusão entre a ALL e a Rumo Logística, da Cosan. As ações preferenciais da Eletrobras acompanharam a tendência geral e recuaram, um dia após a estatal informar que pagará nesta sexta-feira parcela de 452 milhões de reais da dívida que duas de suas distribuidoras têm com a Petrobras por compra de combustível.

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