O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), organização privada de fins não econômicos que conta com mais de 220 empresas associadas, aprovou a idéia do governo federal de alterar a cobrança de participações especiais sobre a eventual produção em campos de elevado potencial de reservas, identificados a partir do bloco de Tupi, na Bacia de Santos. Segundo o presidente do IBP, João Carlos De Lucca, esta sugestão havia sido feita pelo próprio IBP, em prol da manutenção do sistema de concessão de áreas exploratórias. Desde que a Petrobras identificou reservas de elevado potencial no bloco de Tupi e o governo sinalizou com a possibilidade de mudanças na lei do petróleo, todo o setor temia que estas mudanças pudessem gerar um novo sistema de exploração de óleo nas áreas localizadas na faixa da camada de sal. Uma dessas possibilidades seria a partilha da exploração, como é feito na Venezuela, ou mesmo a remuneração de empresas como prestadoras de serviço e não como concessionárias do campo. "Estas idéias estão fora de moda", disse De Lucca, salientando que o formato adotado no Brasil é "um sucesso". Estreantes O executivo destacou a participação de empresas diferenciadas no leilão de hoje e a estréia de grandes companhias nacionais, como a Vale e a OGX, como sendo um exemplo da pluralidade que o setor vem conseguindo obter entre investidores. "Isso é excelente. Demonstra uma maior maturidade do setor de petróleo no Brasil e o desenvolvimento deste segmento em prol da concorrência", afirmou o executivo após o encerramento da primeira fase da nona rodada de licitação de blocos de exploração promovido hoje pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), no Rio de Janeiro.