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IBPT: produtos de fim do ano têm carga tributária alta

Por Pedro Henrique França
Atualização:

Em plena época de comemorações e expectativa para a chegada de 2008, aqueles que estão de malas prontas e geladeira cheia para o Ano Novo podem se assustar com a tributação atrelada aos tradicionais produtos consumidos nesta época de festas. É o que atesta o levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) e que mostra os efeitos dos impostos atrelados a estes produtos. Marco da virada do ano, os fogos de artifício têm carga tributária de 62,76%. Aperitivo em alta nos quiosques de praia, o camarão tem 34,49% de peso tributário. E as cadeiras de praia carregam 41,82% de carga. Já as taças, típicas para o tilintar do brinde, apresentaram 45,60% de carga tributária. Conhecida internacionalmente, a nossa caipirinha, por exemplo, não vem composta apenas de açúcar e pinga, mas também embute uma carga tributária de nada menos que 77,86%. E o que puxa mais este dado é justamente a cachaça. De acordo com o estudo, 1 litro de cachaça de R$ 3,10, traz uma carga tributária de 83,07%. Produto bastante consumido no verão, a cerveja também carrega uma relevante tributação: 56,00%. O champanhe, que marca o grande momento da passagem de ano, não entrou no levantamento. Segundo o IBPT, havia uma disparidade muito grande entre os produtos, o que prejudicou a apuração adequada de um resultado médio. Para o técnico do instituto, João Eloi Olenike, o estudo aponta dados importantes e deixa claro a necessidade de uma reforma tributária. "É preciso que o brasileiro esteja atento à realidade tributária do País. Pagamos um elevado montante de impostos, mas devemos ter esperança em uma reforma efetiva", frisou Olenike. E arrematou: "A queda da CPMF provou isso". Impostômetro Quando o relógio marcar 17h30 na próxima segunda-feira (dia 24), véspera de Natal, os brasileiros já terão pago R$ 900 bilhões em impostos municipais, estaduais e federais ao longo deste ano. É o que vai constatar o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que contabiliza a arrecadação em tempo real. Segundo a entidade, o montante arrecadado até o dia 24 deste mês supera o valor total contabilizado ao longo de todo o ano de 2006 - que fechou com R$ 812,7 bilhões. A ACSP informa ainda que a estimativa é de que até o final de 2007, os brasileiros terão pago R$ 921 bilhões em impostos. Na avaliação do presidente da ACSP, Alencar Burti, o objetivo do Impostômetro é fazer com que as pessoas tenham consciência sobre o quanto pagam de impostos e exigir retorno em serviços públicos. "O valor atingido este ano nos mostra também que não há necessidade de qualquer aumento de impostos", completa.

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