Publicidade

Icatu: produção industrial de janeiro não repõe perdas

Por MARIA REGINA SILVA
Atualização:

A despeito do crescimento da produção industrial em janeiro, o economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo, considera que o aumento ainda é insuficiente para devolver toda a queda registrada em dezembro, de 3,7%. Segundo ele, o fato de a média móvel do trimestre estar rodando no território negativo indica que os últimos meses foram de fraqueza da indústria. "Por categoria de uso, a parte de bens de capital teve uma alta razoavelmente forte na leitura de janeiro, mas caiu 12,2% em dezembro. Olhando bens de capital e a média móvel trimestral, que foi de queda (-0,5%), a tendência de crescimento é ruim", avaliou.Cálculos da Icatu Vanguarda mostram que o índice de dispersão da produção industrial subiu para 65,4% em janeiro ante 19,2%, indicando relativa disseminação dos setores que cresceram ao longo do mês. "A categoria ligada a transportes, de bens de capital, melhorou, mas não é suficiente para recuperar as perdas de novembro e dezembro", ponderou. "Mais setores cresceram na margem, mas o comportamento da indústria ainda é muito volátil. O efeito base é que faz o número ser bom (janeiro/dezembro)", completou.As perspectivas da indústria nos próximos meses não são animadores. Na avaliação de Melo, pesquisas recentes sobre a confiança ainda mostram estoques elevados e traçam um cenário ruim para a indústria no curto prazo. "A própria questão (crise) da Argentina, que é importadora de bens de capital, traz alguma deterioração em termos de produção industrial", avaliou.Melo ainda acrescentou a questão de dias úteis, que pode trazer certa "nebulosidade" aos dados à da indústria à frente. "São mais dias úteis em fevereiro (20 contra 18 em 2013) e menos dias úteis em março (18 contra 20 em 2013). Os dias úteis favorecem o dado no ano/ano de fevereiro e pioram o ano/ano de março", explicou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.