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ICV tem alta de 1,06%

Por Agencia Estado
Atualização:

O Índice de Custo de Vida (ICV) na cidade de São Paulo, apurado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) registrou alta de 1,06% este ano em relação ao mesmo período do ano passado. O grupo Educação e Leitura puxou o índice, com alta de 6,51%, seguido pelos grupos Saúde (2,18%); Despesas Diversas (1,53%); Recreação (1,37%); Habitação (1,21%); Alimentação (1,13%); Despesas Pessoais (0,74%); Equipamentos Domésticos (0,21%); e Vestuário (0,20%). O único grupo a registrar deflação foi o de Transporte, com -1,95%, provocada pela redução dos preços dos combustíveis. A supervisora da pesquisa de preços do ICV, Cornélia Nogueira Porto, justificou a diferença entre o índice calculado pelo Departamento em janeiro, de 1,06%, em relação ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), de 0,57% no mesmo período, principalmente pelo impacto do reajuste na tarifa de energia elétrica, de 2,9%, registrado neste mês. "Por utilizarmos metodologias diferentes da Fipe, nós consideramos o reajuste de 2,9% quando o governo o anunciou, enquanto que a Fipe só o considera quando o consumidor recebe a conta", justificou a supervisora. Segundo ela, as tarifas de energia elétrica têm peso de 3,73% na composição do ICV, o que resultou, com o reajuste de 2,9%, o peso de 0,11 ponto porcentual na formação do índice. "A origem desta alta de 1,06% está exatamente no reajuste extraordinário de energia", atribuiu Cornélia. Segundo a supervisora do Dieese, a alta no grupo Educação e Leitura (6,51%) decorre do aumento das mensalidades escolares, que ficaram em média 8,20% acima dos valores do ano passado. "Normalmente as mensalidades são reajustadas pela inflação do ano anterior e, por isso, o grupo deve aumentar um pouco mais em janeiro e fevereiro, totalizando algo como 10% no acumulado do período", explicou. "Também haverá o dissídio coletivo dos professores em fevereiro, impactando nas mensalidades de março", complementou. Único grupo a registrar deflação em janeiro (-1,95%), Transportes não teve, no entanto, quedas similares nos preços de todos os combustíveis. Segundo Cornélia, enquanto o preço da gasolina recuou 6,86%, os demais combustíveis pouco rebaixaram seus preços, como o álcool (-0,51%) e diesel (-0,64%). "Como a queda de preços foi muito tímida nas primeiras semanas de janeiro, esse grupo tende a retroceder muito mais nos próximos meses", estimou. Cornélia enfatizou ainda o aumento de preços do gás de cozinha, de 12%, provocado pelo fim da concessão do subsídio ao produto pelo governo federal. "O aumento desse ítem somado ao das tarifas de energia elétrica levou o ICV do estrato 1 para 1,20% em janeiro", afirmou, referindo-se às famílias com menor renda, média de R$ 377,49. Tomando por referência o estrato 2, renda média de R$ 934,17, o ICV ficou em 0,95% em janeiro, enquanto que para o estrato 3, com renda média de R$ 2.792,90, o ICV ficou em 1,09%. "Neste estrato 3 fica mais clara a participação do aumento das mensalidades escolares", esclareceu.

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