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‘Ideal é sempre quitar o mais rápido possível’

Consultor recomenda realizar pesquisa junto a bancos em busca de taxas de juros mais atraentes. Tempo mais longo para pagar eleva dívida 

Por Jennifer Gonzales
Atualização:

Em novembro, o casal Janice Soares Fernandes Filho, de 32 anos, e Roberto Paiva Leite, de 33, adquiriu um apartamento na Bela Vista, zona central de São Paulo, depois de economizar por quatro anos, quando se casaram. A entrada foi de cerca de 30% do valor do imóvel.

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Os jovens proprietários, no entanto, poderiam ter dado uma entrada maior, mas optaram por um financiamento de 360 meses, ou 30 anos. "Escolhemos o prazo mais longo para ficar com uma prestação mais baixa", diz Janice, consultora de vendas de materiais cirúrgicos.

"Preferimos não usar todo o dinheiro que tínhamos guardado para a entrada. Separamos uma parte e fizemos uma reforma geral no apartamento de 60 metros quadrados que compramos." As obras se iniciaram no mesmo mês em que fecharam o contrato da compra, renovaram os sistemas elétrico e hidráulico, quebraram paredes e diminuíram o tamanho de um dos dois quartos para ampliar o living.

Optar por uma entrada e prestações menores também possibilitou a Janice e Roberto continuar pagando o aluguel no apartamento em que vivem há oito anos, enquanto a reforma não fica pronta. "As obras vão terminar em fevereiro, e quando nos mudarmos, o dinheiro que estamos pagando de aluguel vai servir para fazer uma outra reserva", conta Janice. "Vamos economizar e daqui a um ano amortizaremos outra parte da dívida."

Pesquisa. Segundo o economista e planejador financeiro Francis Hesse, na hora de escolher um prazo de financiamento, é importante que a prestação imobiliária sempre se encaixe no orçamento. "O ideal é quitar a dívida o mais rápido possível, mas se o prazo de financiamento é curto e a prestação alta, vale a pena repensar o cálculo do financiamento."

"Normalmente, consegue-se juros um pouco mais baixos com um prazo menor de financiamento, por isso recomendo realizar pesquisa extensa junto aos bancos para obter uma taxa de juros mais favorável." Há outra razão para tanto. Nem todas as instituições, como Caixa e Bradesco, condicionam suas taxas de juros ao número de anos do financiamento. Em outras palavras, os juros de alguns bancos são os mesmos tanto para quem faz um financiamento de cinco quanto dede 30 anos.

"As taxas mudam de um banco para outro, dependendo de quanto a instituição arrecadou em recursos na poupança. Se receberam um volume grande de depósitos precisam fazer mais financiamentos, e vice-versa. Faz parte das regras da poupança", informa Hesse.

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O economista aponta uma característica atual do mercado imobiliário. "O cliente chega ao estande de vendas e recebe o pacote completo da incorporadora: que banco é associado da empresa para fazer o financiamento, de quanto será a prestação, qual deverá ser a renda do interessado para a compra do imóvel etc.", diz. "Os cálculos já estão todos prontos e as pessoas não procuram outros bancos para comparar taxas distintas. Com isso, poderiam conseguir taxa mais favorável." 

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