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Iedi: dados do PIB sugerem alta menos intensa da Selic

Por Jacqueline Farid
Atualização:

Os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre anteciparam, segundo os economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os efeitos do aumento da taxa de juros Selic no desempenho da economia brasileira. Em relatório sobre a pesquisa divulgada hoje pelo IBGE, os economistas do Iedi consideram que "o que os aumentos da taxa de juros básica da economia visavam provocar, a economia brasileira promoveu silenciosamente no primeiro trimestre deste ano com antecedência ao reinício da elevação da taxa de juros que ocorreria em abril último". Hoje, na entrevista de divulgação dos resultados do PIB, a gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, também afirmou que os dados apresentados mostraram uma desaceleração do crescimento da economia no início de 2008, em relação aos resultados mais vigorosos apresentados no final do ano passado. Ela atribuiu essa suave perda de ritmo ao recuo das exportações e lembrou que os efeitos dos juros ainda estão por vir. "Expressiva desaceleração do consumo das famílias, manutenção de intenso ritmo de investimentos e um crescimento do PIB que pode ser considerado bom sem ser explosivo, foram as características centrais dos três meses iniciais de 2008. Tais características permitem antecipar que o processo de aumento de juros pelo Banco Central possa ser menos intenso e duradouro", avaliam os economistas do Iedi no relatório divulgado nesta tarde. O relatório cita os dados do IBGE que mostram que o crescimento do PIB no primeiro trimestre foi de 5,8% com relação ao mesmo período de 2007 e de 0,7% com relação ao trimestre anterior na série com ajuste sazonal. "A comparação desses porcentuais com os apurados para o quarto trimestre de 2007 - aumentos de 6,2% e 1,6%, respectivamente - revela uma desaceleração do crescimento", afirma. A notícia positiva trazida pelo PIB do primeiro trimestre, segundo o Iedi, é que, embora tenha ocorrido alguma desaceleração no consumo das famílias, os investimentos (ou Formação Bruta de Capital Fixo) prosseguem a pleno vapor. "Essa é uma condição de sustentabilidade do crescimento que há algum tempo não se via na economia brasileira e que também é indicativa de que a fase de elevação dos juros possa ser transitória", diz o relatório. Por outro lado, os economistas da instituição apontam o "lado negativo" do PIB no primeiro trimestre de 2008, que, segundo eles, diz respeito ao "crescimento excessivo" do consumo do governo e a queda nas exportações. O consumo governamental registrou crescimento de 5,8% no primeiro trimestre de 2008 ante igual período do ano passado, enquanto as exportações tiveram queda de 2,1%.

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