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Iedi prevê alta da produção industrial em 2,5% para 2005 e 2006

A indústria viveu no último trimestre um movimento atípico: as encomendas do varejo para o Natal foram adiadas por conta da insegurança do comércio sobre as vendas

Por Agencia Estado
Atualização:

A produção industrial em 2006 pode continuar fraca, caso as taxas de juros não recuem. Este é o cenário traçado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que espera um crescimento ao redor de 2,5% para a produção industrial em 2005, como é esperado para este ano. "Continuaremos neste ano com essa trajetória fraca, crescendo ao redor de 2,5%", disse o diretor-executivo da entidade, Julio Sergio Gomes de Almeida. O diretor-executivo da entidade, Julio Sergio Gomes de Almeida, avalia, no entanto, que o governo federal está com a "faca e o queijo na mão" para elevar o crescimento para entre 3% e 4% em 2006. Para tanto, o governo deve cuidar do controle de gastos, da manutenção da inflação em patamares baixos, o que permitirá que os cortes de juros sejam mais expressivos. O Iedi defende cortes maiores do que 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic) - que está em 18% ao ano -, mas acredita que isso será muito difícil diante da atual realidade. Movimento atípico Almeida explica que indústria brasileira viveu no último trimestre um movimento atípico: as encomendas do varejo para o Natal foram adiadas por conta da insegurança do comércio sobre as vendas - dado não medido pelas estatísticas e projeções - e pelo incremento das importações. Assim, as encomendas tradicionalmente produzidas em outubro foram, neste ano, feitas apenas em novembro. A produção industrial cresceu 0,6% em novembro ante outubro na série livre de influências sazonais, segundo divulgou hoje o IBGE. O resultado veio no piso das estimativas, que iam de 0,57% a 1,60% (mediana de 1%). Esse quadro explica o número um pouco melhor de novembro ante outubro e o fraco desempenho de outubro ante setembro. Apesar dessa explicação, o dado de novembro está longe de significar qualquer "recuperação a caminho", como tem propagado o governo. "Uma coisa é a realidade, outra é o desejo das autoridades", ressaltou Almeida.

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