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IGP-10 interrompe sequência de queda e sobe com atacado

Por Paula Laier
Atualização:

A recuperação dos preços industriais e agropecuários no atacado levaram o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) a interromper em setembro uma sequência de três meses de deflação, registrando uma taxa positiva próxima do teto das previsões do mercado. O índice aumentou 0,35 por cento este mês, após recuar 0,60 por cento em agosto, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta sexta-feira. As projeções de analistas consultados pela Reuters variavam de alta de 0,09 a 0,36 por cento, com mediana em 0,26 por cento. "Os preços agrícolas e industriais continuaram a acelerar, mas dentro do previsto após a primeira prévia do IGP-M, enquanto os preços ao consumidor e na construção civil se mantiveram controladas," resumiu o economista-chefe da corretora Ativa, Arthur Carvalho Filho. O Índice de Preços por Atacado (IPA) registrou alta de 0,46 por cento, ante recuo de 1,04 por cento em agosto. O IPA agrícola teve alta de 0,52 por cento, revertendo o declínio de 2,44 por cento de um mês antes. Parte dessa aceleração foi creditada ao subgrupo alimentos in natura, que reverteu a deflação de 2,09 por cento em agosto para uma inflação de 6,38 por cento este mês. O IPA industrial também inverteu o movimento e aumentou 0,44 por cento em setembro, após recuo de 0,57 por cento no mês passado. As principais influências positivas individuais para a alta no IPA vieram do tomate, açúcar cristal, óleo combustível, mamão e laranja. Ajudaram a atenuar a alta, as quedas nos preços dos bovinos, milho (grão), leite industrializado, adubos e fertilizantes compostos e aves. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) aumentou 0,24 por cento, ante alta de 0,26 por cento no mês anterior. Alimentação subiu 0,62 por cento, habitação avançou 0,29 por cento, despesas diversas tiveram elevação de 0,22 por cento e transportes subiram 0,11 por cento, enquanto vestuário recuou 0,80 por cento, saúde e cuidados pessoais caiu 0,02 por cento e educação, leitura e recreação cedeu 0,10 por cento. As maiores contribuições individuais para a alta vieram do tomate, limão, mamão papaya, gás de bujão e pimentão, enquanto os principais componentes baixistas foram leite longa vida, batata-inglesa, melancia, melão e frango inteiro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou deflação de 0,11 por cento em setembro, ante elevação de 0,22 por cento em agosto, com os preços de mão-de-obra quase estáveis, com leve alta de 0,03 por cento, enquanto os materiais, equipamentos e serviços caíram 0,25 por cento. No ano, o IGP-10 acumula queda de 1,79 por cento e nos 12 meses até setembro tem declínio de 0,27 por cento. Na visão do economista-sênior do BES Investimentos, Flávio Serrano, cenário de inflação continua benigno no curto prazo no geral. "Esperamos que o ciclo de deflação tenha acabado, mas as taxas ainda podem ficar baixas alguns meses (abaixo de 0,30 por cento), apesar da tendência de recuperação no médio prazo." Carvalho Filho, da Ativa, também acredita que os IGPs devem permanecer positivos, com as taxas "provavelmente" mais altas. (Edição de Alberto Alerigi Jr.)

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