PUBLICIDADE

Publicidade

IGP-DI registra maior deflação desde agosto

Em fevereiro o indicador já havia caído 0,06%. No mês passado, a retração ficou em 0,45%

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) voltou a cair em março, registrando a menor taxa nesse tipo de indicador desde agosto de 2005, quando o índice teve deflação de 0,79%. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador teve deflação de 0,45% no período, contra retração de 0,06% do mês anterior. O resultado ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pela Agência Estado, que esperavam algo entre -0,35% e -0,10%, e abaixo da mediana das expectativas (-0,25%). O período de coleta de preços foi do dia 1º a 30 do mês passado. No ano, o IGP-DI acumula alta de 0,21% e registra deflação de 0,29% em 12 meses até março. Trata-se da primeira taxa negativa, nesse tipo de indicador acumulado, na história do IGP-DI, criado em 1944. De acordo com o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, a informação é muito importante, visto que a taxa acumulada do IGP-DI é usada como indexador para reajustar vários preços importantes. Atacado A FGV informou ainda que o Índice de Preços por Atacado - Disponibilidade Interna (IPA-DI), que representa 60% do total do indicador, foi o menor desde agosto passado, quando deflacionou em 1,04%. Em março, a retração foi de 0,82%, ante queda de -0,12% em fevereiro. De acordo com a fundação, no atacado, os preços dos produtos agrícolas registram quedas acumuladas de 3,37% no ano e de 13,19% em 12 meses até março. Já os preços dos produtos industriais acumulam altas de 0,88% e de 1,03%, no ano e em 12 meses até março. Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais acumulam elevações de 1,52% no ano e de 1,73% em 12 meses. Por sua vez, os preços dos bens intermediários têm elevação de 0,42% no ano até março, mas registram queda de 0,36% em 12 meses até março. Já os preços das matérias-primas brutas acumulam quedas de 3,53% no ano e de 12,46% em 12 meses. A FGV esclareceu ainda que as maiores elevações de preços, por produtos, foram registradas em álcool etílico hidratado, com 6,28%; cana-de-açúcar, com 2,69%; e leite in natura, com 3,39%. As mais expressivas quedas ficaram a cargo da soja em grão, que ficou 6,90% mais barata; do milho em grão, com -10,57%; e das aves, com -6,11%. Até março, o IPA-DI acumula quedas de 0,14% no ano e de 2,67% em 12 meses. Varejo Em contrapartida, o Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna (IPC-DI), que tem participação de 30% no total, apresentou elevação de 0,22% em março, ante alta de 0,01% em fevereiro. Já o Índice Nacional do Custo da Construção - Disponibilidade Interna (INCC-DI), com representatividade de 10%, subiu 0,20% no mês passado, ante aumento de 0,19% em fevereiro. O indicador acumula elevações de 0,88% no ano e de 3,79% em 12 meses até março. De acordo com a FGV, a aceleração no período foi impulsionada por alta de preços nos grupos Habitação (de -0,11% para 0,34%) e Transportes (de 0,98% para 1,43%). Produtos Por produtos, as altas de preço mais expressivas foram registradas na gasolina, que ficou 2,46% mais cara; no álcool combustível, que aumentou 14,19%; e taxa de água de esgoto residencial, que teve um incremento de 1,83%. As mais expressivas quedas ficaram com a maçã nacional, que ficou 24,58% mais barata; batata-inglesa, com -8,99%; e maçã argentina, com queda de 20,84%. A FGV informou ainda que no âmbito do INCC-DI, houve elevações de preços menos intensas em materiais e serviços, de 0,31% para 0,09%; e aceleração de preços em mão-de-obra, de 0,04% para 0,34%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.