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IGP-M acelera em março, mas fica abaixo do previsto

Índice sobe 0,74% ante alta de 0,53% apurada em fevereiro; analistas previam elevação entre 0,76% e 0,98%

Por Alessandra Saraiva e da Agência Estado
Atualização:

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em março subiu 0,74%, em comparação com a alta de 0,53% apurada pelo índice em fevereiro. A informação foi anunciada nesta sexta-feira, 28, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo Agência Estado, que esperavam um resultado entre 0,76% e 0,98%, e abaixo da mediana das projeções (0,84%). Veja também: BC prevê inflação acima do centro da meta neste ano IPCA-15 desacelera para 0,23% no mês, puxado por educação Entenda os principais índices de inflação  A aceleração do IGP-M ocorre um dia depois de o Banco Central (BC) prever que a inflação brasileira deve superar ligeiramente o centro da meta neste ano, de 4,5%. Apesar do índice ter ficado abaixo das estimativas dos analistas, ele superou a elevação de fevereiro e confirma a preocupação dos economistas do BC. Na comparação com o mesmo período de 2007, o IGP-M também apresenta alta mais elevada. Em março do ano passado, o índice apresentou alta de 0,34% ante elevação de 0,27% em fevereiro daquele mesmo ano. A FGV anunciou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-M de março. O Índice de Preços por Atacado (IPA) subiu 0,96% em março, ante aumento de 0,64% em fevereiro. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou avanço de 0,19% em março, ante elevação de 0,26% em fevereiro. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou aumento de 0,59% em março, ante alta de 0,43% em fevereiro. Os preços dos produtos agrícolas subiram 1,16% em março, em comparação com a alta de 0,23% em fevereiro. Já os preços dos produtos industriais registraram elevação de 0,88% em março, ante aumento de 0,80% em fevereiro. Até março, o IPA acumula elevações de 2,86% no ano e de 11,29% em 12 meses. O indicador representa 60% do total do IGP-M. Segundo a FGV, na análise por produtos, as altas de preços mais expressivas no atacado em, março no âmbito do IGP-M, foram registradas em tomate (33,33%); ovos ( 16,18%); e minério de ferro (10,38%). Já as mais expressivas quedas de preço, no atacado em janeiro, foram apuradas em feijão em grão (-17,15%); mandioca - aipim (-10,09%); e aves (-4,22%). A desaceleração na taxa do IPC, de fevereiro para março (de 0,26% para 0,19%) foi influenciada por elevações de preços menos intensas, ou quedas fortes, em seis das sete classes de despesa pesquisadas, segundo a FGV. É o caso de Alimentação (de 0,21% para -0,02%); Vestuário (de -0,40% para -0,45%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,39% para 0,33%); Educação, Leitura e Recreação (de 1,06% para 0,52%); Transportes (de 0,17% para 0,15%) e Despesas Diversas (de 0,51% para 0,44%). Ainda segundo a FGV, os grupos Alimentação e de Educação, Leitura e Recreação foram os destaques entre as desacelerações. O único grupo a apresentar aceleração de preços, no período, foi o de Habitação (de 0,14% para 0,32%). A aceleração de preços na construção civil, medida pela taxa do INCC, de fevereiro para março (0,43% para 0,59%), foi influenciada por aumentos mais intensos de preços nos segmentos de materiais e serviços (de 0,77% para 0,99%); e de mão-de-obra (de 0,06% para 0,15%). Na análise por produtos, a FGV informou que as altas de preço mais expressivas na construção civil, no âmbito do IGP-M, foram registradas em aço CA-50 e CA-60 (3,51%); esquadrias de alumínio ( 1,06%); e refeição pronta no local de trabalho (1,05%). Já a única queda de preço citada pela FGV, entre os produtos da construção, foi a do cimento (-0,69%). Na construção civil, o INCC acumulou altas de 1,45% no ano e de 6,63% em 12 meses até março. O indicador representa 10% do total do IGP-M. Até março, o IGP-M acumula elevações de 2,38% no ano e de 9,10% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo do IGP-M de março foi do dia 21 de fevereiro a 20 de março.

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