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IGP-M: Inflação do aluguel desacelera para 1,51% em abril, mas já acumula alta de 32% em 12 meses

Índice é o maior para o mês desde 1995; segunda a FGV, recuo em relação a março se deve à perda de força nos preços dos combustíveis

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Por Thaís Barcellos (Broadcast)
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O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou em abril para 1,51%, depois chegar a 2,94% em março, informou nesta quinta-feira, 29, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado é a maior taxa para meses de abril desde 1995, quando foi de 2,10%. Neste ano o índice já acumula alta de 9,89% e, em 12 meses, de 32,02% - esse é o acumulado mais elevado para todos os meses desde abril de 2003 (32,97%). 

O IGP-M é tradicionalmente usado para corrigir contratos de aluguel e também entra no cálculo das tarifas de energia elétrica, de saneamento e de alguns pedágios Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 16/11/2020

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A desaceleração no período foi observada por todos os indicadores que compõem o IGP-M. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) passou de 3,56% para 1,84% e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 0,98% para 0,44%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou de 2,00% para 0,95%

Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços na FGV, a desaceleração dos combustíveis orientou o recuo da inflação ao produtor e ao consumidor. "Apesar disso, a variação do IGP-M avançou mais em 12 meses, tendência que deve continuar até o próximo mês, dado que o IGP-M havia subido apenas 0,28% em maio de 2020", afirmou.

O IGP-M é tradicionalmente usado para corrigir contratos de aluguel e também entra no cálculo das tarifas de energia elétrica, de saneamento e de alguns pedágios. Além disso, é usado na remuneração de fundos imobiliários. O índice tem registrado altas expressivas desde o início da pandemia. Isso ocorre porque o IGP-M é fortemente atrelado ao câmbio e foi afetado pela crise global causada pelo avanço do coronavírus. A valorização de 2020 foi a maior desde 2002 (25,31%).

Com isso, já há um movimento para trocar o índice de correção nos contratos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial para medir o aumento dos preços do País. Um projeto que está na Câmara prevê uma nova regulamentação para o reajuste de aluguéis no País usando o índice calculado pelo IBGE.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também já definiu que as contas de luz atrasadas serão corrigidas IPCA.

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