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Imóveis em alta: especialistas recomendam cautela

Especialistas recomendam cautela no investimento em imóveis. O preço médio das unidades residenciais subiu nos primeiros cinco meses deste ano, comparadas ao valor médio de 2001, devido ao aumento da demanda no setor.

Por Agencia Estado
Atualização:

As incertezas e as oscilações do mercado financeiro com relação às notícias e à condução das políticas monetária e fiscal, agravadas pela proximidade das eleições presidenciais, estão levando muitas pessoas a buscarem investimentos no setor imobiliário. Especialistas recomendam cautela aos investidores, pois o momento é de preços altos devido ao aumento da procura no setor. Nesse sentido, no caso de uma queda dos preços, quem comprou imóveis poderá apurar prejuízos no futuro. Estudos realizados pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) registraram que o preço médio das unidades residenciais subiu nos primeiros cinco meses deste ano, comparadas ao valor médio de 2001. De acordo com Embraesp, o preço médio do metro quadrado de área útil das unidades residenciais de dois dormitórios era de R$ 702,00 em 2001. Nos primeiros cinco meses deste ano, o preço médio das unidades residenciais de dois quartos passou para R$ 780,80. O valor do metro quadrado em área útil das unidades de três dormitórios também subiu. O preço médio que em 2001 era de R$ 862,00, passou para R$ 978,00 de janeiro a maio deste ano. As unidades residenciais de quatro dormitórios também estão em alta. De acordo com a Embraesp, o preço médio do metro quadrado em área útil que em 2001 era de R$ 1.497,00, passou para R$ 1.509,00. A única queda registrada pela Embraesp foi nas unidades de um dormitório. O preço médio do metro quadrado por área útil que era de R$ 1.355,00 em 2001, caiu para R$ 1.275,00 nos primeiros cinco meses de 2002. O diretor da Embraesp, Luís Paulo Pompéia, explica que o aumento de valor das unidades de dois, três e quatro dormitórios refletem o aumento da demanda no setor. No entanto, ele ressalta que os preços podem se estabilizar no decorrer do ano se a situação econômica do país melhorar. Cautela Para o professor do Laboratório de Finanças da Universidade de São Paulo (Labfin-USP), Ricardo Humberto Rocha, o momento é de cautela para os investimentos em imóveis. "A demanda realmente cresceu nos últimos meses. Muitos imóveis que estavam encalhados, têm agora uma série de interessados", alerta. Ele ressalta que os preços dos imóveis residenciais subiram e os investidores podem ter um prejuízo se resolverem comprar neste momento. Ricardo Humberto recomenda ao investidor diversificar seus investimentos. "Este não é o momento de concentrar investimentos em imóveis. Os preços estão inflados e se corre o risco de perder dinheiro numa eventual venda futura. O investidor deve procurar outros ativos", aconselha o professor do Labfin-USP. Riscos Na opinião da diretora técnica do Instituto Brasileiro de Certificação de Planejadores Financeiros (IBCPF), Márcia Dessen, quem optar por investir na compra de imóveis dificilmente terá retorno. "Salvo raras exceções, o investidor terá prejuízo na compra de imóveis. O imóvel está com preço alto no momento e corre um grande risco de desvalorização nos próximos meses", ressalta. A diretora técnica do IBCPF destaca que o rendimento dos imóveis está abaixo dos rendimentos dos ativos do mercado financeiro. "Os imóveis têm um custo de manutenção, impostos e taxas de condomínio", avisa. O diretor da Brazilian Mortgages, Fábio Nogueira, concorda que o aumento da demanda provocou uma alta nos preços das unidades. Porém, ele acredita que as unidades modernas não devem se desvalorizar. "Vão sofrer com a desvalorização os imóveis que não são modernos", avalia.

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