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Impacto da confiança em queda não é só econômico

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Por Redação
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O Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec) caiu pelo quarto mês consecutivo, em junho, chegando aos 101,1 pontos, muito próximo da marca dos 100 pontos que separa otimistas de pessimistas. É o sentimento de pessimismo dos 600 empresários consultados para o levantamento que parece predominar na passagem do primeiro para o segundo semestre, quando as atenções se voltavam mais para o esporte e a terceira vértebra da coluna espinhal de um atleta do que para a (muito mais complexa) realidade da renda e do emprego dos consumidores.A economia está ameaçada de estagnação e o volume de vendas é insatisfatório, segundo o Icec, apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). Entre maio e junho, o índice caiu 3,5%. Resvalou para o menor patamar em 40 meses. E a maior queda foi registrada entre os comerciantes que controlam empresas com mais de 50 empregados, nas quais a queda da confiança atingiu 10,1% no mês.Ainda mais do que com o futuro, os empresários do comércio estão inquietos com a situação presente, como se nota no Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), que caiu 4,1% no mês, aos 75,3 pontos, revelador do aprofundamento do pessimismo.Empresários têm capacidade de antecipar as tendências econômicas. Constatam, com grande antecedência em relação aos consumidores, se as vendas são as esperadas ou se estão abaixo (ou acima) do previsto. Outra pesquisa, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mostrou que na primeira quinzena de junho o comportamento das vendas varejistas foi morno, com alta de apenas 1,5% em relação a igual período de 2013. Os índices de inadimplência deixaram de cair. As vendas a prazo subiram 2,9% em relação a maio, enquanto as vendas à vista caíam 0,2%.A alta dos preços de alimentos deu uma trégua em junho, mostrou o índice oficial de inflação (IPCA). Mas as tarifas de eletricidade estão 18% mais altas desde a semana passada. Também em junho, o custo de vida da classe média subiu 0,14% em São Paulo, segundo a Ordem dos Economistas do Brasil, mas os itens habitação, vestuário e saúde registraram aumentos mais elevados.O mau humor de empresários e consumidores atrapalha a economia, além de ter implicações políticas não desprezíveis. A expectativa do consumidor é observada de perto pelos cientistas políticos.

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