RIO- Pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) indica que 9 em cada 10 indústrias fluminenses foram afetadas pela greve dos caminhoneiros. O principal problema, que afetou 70% das empresas pesquisadas, foi falta de insumos e 60% delas reduziram a produção. O impacto no PIB da indústria de transformação do estado, apenas na semana passada, é estimado pela área de pesquisa econômica da federação em R$ 77 milhões.
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"O que mais preocupa é que não há otimismo com o fim (dos impactos) da greve para essa semana. As empresas ainda sentem o risco de abastecimento", disse o vice-presidente da Firjan, Sergio Duarte. Ele estima que a regularização só ocorrerá em 15 dias.
Segundo ele, as empresas estão preocupadas com as receitas nesse fim de mês. De várias formas, mais da metade das empresas relataram problemas para o escoamento da produção e 32% delas estavam sem combustível.
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"A virada do mês, com entrada de recebíveis menor na indústria, pode ter efeito em cascata muito maior. As duplicatas continuarão vencendo", disse.
A Firjan ouviu 318 empresas, de todos os portes, que empregam 38 mil trabalhadores, entre os dias 25 e 26 de maio. Os setores mais afetados foram minerais não metálicos, moda e alimentos e bebidas.
Combustão tributária. O economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Guilherme Mercês, disse hoje que o Brasil vive momento de combustão tributária. Ele criticou a decisão do governo de reonerar permanentemente 46 atividades industriais, com aumento de R$ 9 bilhões na arrecadação, com a justificativa de dar cobrir uma perda de R$ 4 bilhões só até o fim de 2018 com a redução da Cide e do PIS/COFINS.
"A contrapartida para reduçao do diesel tem que ser a reorganização das contas públicas. Teremos problema se cada setor for requisitar uma parcela do orçamento", disse, ao ser questionado sobre a decisão do governo de manter a desoneração do setor de transportes.
De acordo con Mercês, o setor industrial aindanão avaliou o impacto de todas as medidas anunciadas pelo governo. Não há estimativas sobre que custo terá a nova tabela de fretes, outra reivindicação dos caminhoneiros aceita pelo governo.
"Essa é uma discussão estrutural. O passado foide disputas entre os setores, mas precisamos evitar isso", completou.