BRASÍLIA - Apontado como um dos pré-candidatos ao Palácio do Planalto neste ano, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira, 12, que o impacto eleitoral do rebaixamento do rating do Brasil pela agência S&P dependerá da aprovação da reforma da Previdência.
"Depende. Pelo mercado de hoje, (o impacto é) pequeno. Mas se não votar a Previdência, os indicadores econômicos podem piorar, e o humor da sociedade piorar também", declarou o deputado, ao ser questionado pelo Estadão/Broadcast a respeito do impacto do downgrade sobre os candidatos governistas à Presidência da República.
++'Governo fez progressos lentos na área fiscal', diz diretora da S&P
Maia avaliou que a mudança no rating poderá até ajudar na aprovação da reforma, desde que o governo não transfira a culpa pelo rebaixamento "apenas para o Parlamento". "Não adianta encontrar culpados e, sim, unir forças para aprovar a reforma. Esse discurso de descobrir culpados só prejudica", disse.
O presidente da Câmara ficou irritado com declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Também apontado como possível candidato, o ministro disse que o Congresso tem culpa pelo rebaixamento por não ter aprovado medidas do ajuste. "Resposta de candidato, uma pena", criticou Maia.
++ADRIANA FERNANDES 'Dream team' falhou
O deputado afirmou que a S&P não jogou a culpa apenas no Congresso. "Eles falam de problema institucional", disse. Segundo ele, o governo também tem parcela de culpa, pois se enfraqueceu após a votação das duas denúncias contra o presidente Michel Temer.
Ele rebateu discurso de que o rebaixamento pode fazer fazer deputados "jogarem a toalha" de vez e votarem contra a reforma. "A votação poderá garantir um crescimento forte da economia e isso impactar a vida das pessoas, o que melhora a avaliação política", declarou.