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Impacto total da desvalorização pode ser de US$ 27 bi

Por Agencia Estado
Atualização:

O impacto indireto desvalorização sobre o sistema bancário, com o aumento da inadimplência e com as perdas decorrentes da moratória da dívida argentina, pode chegar a US$ 27 bilhões, ou US$ 18 bilhões para as sete maiores instituições com atuação no país (La Nacion, Galicia, Santander, BBV, Citibank, BankBoston e HSBC). O cálculo feito pela equipe de economistas de um desses bancos no Brasil, parte de três pressupostos: 1) uma hipótese conservadora de que a desvalorização do peso fique em 1,40; 2) a inadimplência seja de 30%; 3) a perda do valor dos títulos, em decorrência da moratória, seja de 40%. Embora o impacto de US$ 27 bilhões seja monumental, um dos economistas responsáveis pela projeção ponderou que o "estrago" não foge do padrão de outras crises cambiais, como a Asiática de 1997. Se comparado com o PIB da Argentina, o impacto total da desvalorização corresponde a 14% do PIB do país. bancos O impacto direto da desvalorização do peso sobre o sistema bancário na Argentina será de cerca de US$ 6 bilhões apenas para o La Nación e os seis maiores bancos privados que atuam no país (Galicia, Santander, BBV, Citibank, BankBoston e HSBC). A partir dos balanços de outubro de 2001 destes sete bancos (último dado disponível), a equipe de economistas de uma destas instituições no Brasil fez a projeção, trabalhando com a cotação de 1,40 peso. Esses sete bancos representam 2/3 do sistema bancário da Argentina. Assim, o rombo total que aparecerá no sistema bancário, apenas pelo efeito direto da desvalorização, poderá atingir US$ 9 bilhões. De acordo com um dos responsáveis por esses cálculos, os empréstimos dessas sete instituições para o setor privado não financeiro somavam US$ 30 bilhões. Deste total, US$ 21 bilhões (ou 70%) dos empréstimos serão pesificados já que são dívidas de até US$ 100 mil. Assim, se o passivo de US$ 30 bilhões for desvalorizado pela cotação de 1,40 peso, o prejuízo para esses sete bancos seria de 12 bilhões de pesos. Em contrapartida, se 21 bilhões do total de 30 bilhões dos ativos forem pesificados, o sistema teria um ganho de 12,6 bilhões de pesos (9 bilhões de pesos corrigidos por 1,40 peso). Assim, o ajuste resulta num rombo de 8,6 bilhões de pesos ou US$ 6 bilhões para estes sete bancos.

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