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Impasse com Argentina resultará em corte de produção no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Um comunicado dos empresários brasileiros envolvidos em negociações com os argentinos para reduzir o protecionismo contra os produtos nacionais, principalmente na área de eletroeletrônico domésticos, explica que posição argentina é unilateral e arbitrária, "e que não houve até agora, o interesse por parte dos argentinos em realizar qualquer negociação em termos de volumes de vendas, que vai obrigar a indústria brasileira a cortar linhas de produção". Houve uma reunião entre os dias 28 e 30 de setembro último em Buenos Aires e não se chegou ao entendimento. O presidente da Eletros, Paulo Saab disse que "algumas empresas já estão reduzindo o número de funcionários que atuam em linhas dedicadas ao mercado argentino, e outras estão dando férias coletivas ou buscando remanejá-los para outras áreas". Ele ressaltou que a perspectiva de demissões inclui os distribuidores argentinos instalados naquele país, que comercializavam os produtos brasileiros. Saab disse que cerca de 11 mil a 12 mil lavadoras estão paradas há cerca de 60 dias nos portos, gerando gastos para as indústrias brasileiras, por causa da decisão dos argentinos de conceder licença não automática para entrada dos produtos brasileiros. Cotas A Eletros explicou que até setembro foi aplicada uma medida de transição: a indústria brasileira decidiu aceitar uma cota de sacrifício pelo período de 30 dias (ou mais), como um gesto de boa vontade, até que o grupo de estudos recém-formado pelos governos brasileiro e argentino conclua as análises e o levantamento de dados sobre a dimensão do mercado argentino e seu crescimento. A referida cota será de 18 mil unidades em outubro - volume muito abaixo da média histórica e que não considera o crescimento de 20% registrado no mercado argentino no último trimestre. No caso dos fogões, brasileiros e argentinos acertaram a ampliação da cota estabelecida em julho pelos dois países, que limitou em 90 mil unidades as exportações brasileiras para a Argentina em 2004. Agora, essa cota passa a ser de 94,5 mil unidades, em contraposição à proposta inicial da Eletros, de 110 mil unidades num período de 12 meses. Diz ainda a Eletros que no caso dos televisores, a indústria brasileira ainda busca uma solução com a Argentina em relação às salvaguardas aos produtos fabricados na Zona Franca de Manaus, e que foram taxados em 21,5%. Os fabricantes associados a Eletros já manifestaram disposição em negociar, mas aguardam novo encontro com a delegação empresarial daquele país, o que ainda não tem data marcada e depende de uma resposta dos argentinos.

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