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Impeachment é uma das saídas para a crise, diz ex-presidente do BC

Para Pastore, saída da presidente seguida de mudança de governo de forma legítima ajudaria a mudar o quadro atual da economia

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:
Sem mudança, Brasil caminha para crise tão grave quanto a de 1985, diz Pastore Foto: FILIPE ARAUJO/ESTADÃO-11/8/2011

O ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore defendeu nesta sexta-feira, 18, uma mudança de rumos no cenário político brasileiro para aumentar a eficácia da política monetária e consequentemente maior no controle da inflação no País.

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Segundo Pastore, ingredientes políticos diminuem a potência da política monetária. O impeachment da presidente Dilma Rousseff acompanhado da mudança de governo de forma legítima seria uma das saídas para a crise.

"Muda o governo, entra um governo com legitimidade, política econômica coerente, bem feita, com uma agenda de reformas, muda totalmente esse quadro. E aí voltamos a pensar numa política monetária", disse Pastore durante o seminário "Política Monetária no Brasil", em homenagem aos 70 anos do professor José Júlio Senna, na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

Pastore alertou que, se não houver mudança, o Brasil caminha para uma crise tão grave quanto a de 1985, quando deixou o Banco Central, às vésperas da implementação do Plano Cruzado.

"Não tenho nada contra o regime de metas. Pelo contrário, adoro o regime de metas. Só que temos problemas no Brasil hoje que não dá para salvar com regime de metas de inflação. Precisamos salvar o Brasil hoje para poder trazer de volta o regime de metas", declarou o ex-presidente do BC.

A inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 10,67% em 2015, enquanto que o teto da meta estipulada pelo governo era de 6,5%.

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