Um consórcio de companhias norte-americanas importadoras de aço pediu nesta terça-feira ao presidente George W. Bush que suspenda a aplicação das tarifas de até 30% sobre produtos siderúrgicos acabados, que impôs em março do ano passado, respondendo a pressões das indústrias. A primeira chance de isso acontecer será em setembro, quando a Comissão de Comércio Internacional completará um estudo sobre o impacto das medidas protecionistas, adotadas por um período de três anos. As restrições não abrangeram os aços semi-acabados, cujas importações passaram a administradas por um sistema de quota por país. O tratamento dado aos semi-acabados preservou cerca de 87% das exportações do Brasil para o mercado norte-americano. De acordo com dados divulgados pela CITAC - organização que congrega empresas norte-americanas dependentes do comércio internacional - as restrições adotadas foram responsáveis diretas pelo desaparecimento de cerca de 200 mil postos de trabalho nos Estados Unidos no ano passado - um número maior do que o de toda a mão-de-obra empregada hoje (aproximadamente 187 mil) na indústria siderúrgica do país. Dados preliminares divulgados pelo escritório na semana passada indicaram que as importações norte-americanas de aço aumentaram, no ano passado. De acordo com o CITAC esse números são enganosos, porque incluem os aços semi-acabados. No final do mês passado, um grupo bi-partidário de 51 deputados propôs uma resolução que pede a Bush para fazer um estudo sobre o efeito das restrições. O advogado Lewis E. Leibowitz, do CITAC, disse que embora iniciativas como essas mostrem que há espaço para uma revisão das restrições, "a política do aço em Washington continua complicada".