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In natura sobe e IGP-M desacelera menos que o esperado

Por VANESSA STELZER
Atualização:

Os voláteis e imprevisíveis custos dos alimentos in natura fizeram a inflação pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) ficar acima do esperado em outubro, mas a expectativa ainda é de desaceleração até o fim do ano. Os preços de carnes e leite que mantiveram a inflação pressionada nos últimos meses desaceleraram bem, o que garantiu uma redução do IGP-M, mas produtos como o feijão ganharam força, impedindo uma queda maior. O IGP-M subiu 1,05 por cento no mês, abaixo da alta de 1,29 por cento de setembro, mas acima da expectativa de analistas ouvidos pela Reuters, de 0,85 por cento. Os prognósticos variaram de 0,76 a 0,92 por cento. "A gente está em uma fase de desaceleração da inflação, que vai se aprofundar, mas está em um ritmo lento, devido a esse choque dos in natura", disse Salomão Quadros, economista da FGV. O Índice de Preços por Atacado (IPA) avançou 1,42 por cento em outubro, depois da alta de 1,83 por cento no mês anterior. Os preços agrícolas no atacado desaceleraram a alta, para 4,57 por cento neste mês, ante 5,57 por cento em setembro, mas menos que o esperado. Alguns analistas esperavam que o preços dos agrícolas no atacado subissem menos de 4 por cento no mês. Os destaques ficaram com as altas de soja (9,77 por cento), milho (9,36 por cento), feijão (25,90 por cento) e mandioca (6,34 por cento). O grupo dos in natura subiu 6,38 por cento em outubro, contra 0,33 por cento em setembro, enquanto os preços de matérias-primas brutas --como bovinos-- desaceleraram a alta em quase 2 pontos percentuais, para 3,89 por cento. "O impacto dos in natura é intenso... A inflação deve desacelerar em novembro e dezembro... Há uma boa chance de em novembro ela ficar abaixo do 0,75 por cento registrado em novembro de 2006", disse Quadros. "Se ficar abaixo, essa taxa em 12 meses cai e fechamos 2007 com uma alta do IGP-M entre 5,5 e 6 por cento, mais para o lado do 5,5 por cento." No ano, o IGP-M acumula alta de 5,16 por cento. Nos últimos 12 meses o avanço foi de 6,29 por cento. Em 2006, o índice subiu 3,83 por cento. VAREJO ACELERA O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,28 por cento, frente ao ganho de 0,21 por cento em setembro. Mais uma vez, os preços do grupo Alimentação foram as principais razões para a aceleração, com avanço de 0,64 por cento. As principais variações vieram do mamão papaia, tomate, batata-inglesa e maracujá. Os preços de Vestuário, que subiram 1,45 por cento em razão da troca de coleção, também contribuíram. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,49 por cento, depois da alta de 0,39 por cento no mês passado. O destaque ficou com o cimento, com alta de 7,2 por cento em outubro, a segunda maior desde 1994. Essa pressão vem de um espaço da demanda forte para recuperação de preços, mas também de problemas de distribuição do produto em algumas regiões, como Centro-Oeste.

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