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INA em julho cai 1,8% ante junho

Segundo a Fiesp, o Indicador do Nível de Atividade (INA) teve queda de 1,8% em julho ante junho, sem ajuste sazonal

Por Agencia Estado
Atualização:

O Indicador do Nível de Atividade (INA) apurado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) caiu 1,8% em julho ante junho, sem ajuste sazonal. O dado faz parte do Levantamento de Conjuntura, divulgado nesta quinta-feira pelas duas instituições, que relata ainda crescimento do INA de 1,6% em julho ante o mesmo mês do ano passado, sem ajuste sazonal, e de 3%, também sem ajuste, no período de janeiro a julho deste ano, em comparação ao mesmo período de 2005. Considerando o ajuste sazonal, o INA oscilou -0,3% no período de julho ante junho. Por ter alterado este ano a metodologia de apuração do INA, as duas instituições não compararam o dado de julho com o verificado no mesmo mês em anos anteriores com ajuste sazonal. O Levantamento de Conjuntura relata ainda que o nível de utilização de capacidade instalada (Nuci) do total da indústria paulista ficou em 80,1% em julho sobre junho, sem ajuste sazonal, que estava em 82,5%. Na mesma base comparativa de julho ante junho, sem ajuste sazonal, o total de horas pagas ficou estável em zero por cento; as horas trabalhadas na produção oscilaram 1,1%; as horas médias trabalhadas variaram 0,5%; o total de salários nominais retrocedeu 1,3%; o total de salários reais, tendo como deflator o IPC-Fipe, diminui 1,5%; o salário real médio caiu 2,1%; o total de vendas nominais recuou 7,9%; e o total de vendas reais, tendo como deflator o IPA Setorial, diminuiu 11,3%. Em comparação a julho de 2005, sem ajuste sazonal, as variações foram todas positivas: o total de horas pagas subiu 5,7%; as horas trabalhadas na produção oscilaram 8,1%; as horas médias trabalhadas variaram 0,5%; o total de salários nominais, 15,3%; o total de salários reais, tendo como deflator o IPC-Fipe, 13,3%; o salário real médio, 5,3%; o total de vendas nominais, 16,2%; e o total de vendas reais, tendo como deflator o IPA Setorial, 15,7%. Desempenho ruim Os diretores do Departamento de Economia da Fiesp, Paulo Francini, e da Ciesp, Boris Tabacof, classificaram nesta quarta-feira como ruim e preocupante, embora não surpreendente, o desempenho do INA da indústria paulista de julho. "As componentes hostis ao crescimento industrial permanecem. A valorização cambial é como a justiça: tarda mais não falha e está aparecendo agora", declarou Francini. "Julho é o primeiro mês do segundo semestre e depositávamos expectativa favorável para o decorrer dos próximos 6 meses. Os fatos reais da vida mostram que a indústria não vai se recuperar dos dois trimestres medíocres que tivemos este ano", acrescentou Tabacof. Segundo os diretores das instituições, a valorização cambial já não mais prejudica apenas o ritmo das exportações como também afeta diretamente as importações e os preços domésticos, a ponto de elevar o custo de alguns produtos consumidos em maior escala. Além disso, eles observaram que os juros reais seguem um patamar de dois dígitos o que tornou inócuo o corte de meio ponto porcentual na taxa Selic, promovido ontem pelo BC. O diretor do Ciesp ponderou também que os sinais dados pela economia global indicam desaquecimento, restando apenas saber se haverá um golpe brusco de redução de atividade ou se o processo será mais suave. "O fato é que o Brasil pouco aproveitou os anos de fartura e liquidez no comércio mundial e agora há perspectiva de queda das exportações", argumentou Tabacof. Na visão do empresário, apenas "meia dúzia de segmentos concentram boas notícias" nas relações de comércio exterior: minérios de ferro, petróleo, commodities agrícolas como soja, açúcar e álcool, papel e celulose e veículos e autopeças, sendo que estes últimos com a ressalva de possuírem contratos antigos. O dirigente do Ciesp insistiu também que o governo tem dado sinais de que o processo de valorização do câmbio é irreversível, embora o setor industrial ainda aguarde por mudanças. "Não podemos brigar com a lei da gravidade. Em algum momento, diante de tantos estragos que tem cometido, o câmbio terá que cair", avaliou. Mais cético, Paulo Francini, da Fiesp, avaliou que, além dos 15% de valorização que o real obteve frente ao dólar no primeiro semestre deste ano, a entidade empresarial projeta mais 6% para o segundo semestre, o que reforça a tese de comprometimento das exportações. Francini aproveitou para rebater as afirmações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que os empresários devem buscar alternativas para manter a competitividade das exportações, pois dificilmente o câmbio ficará num patamar diferente de R$ 2 a R$ 2,20 por dólar. Ainda na questão dos investimentos, os representantes da indústria alertaram para o dado de formação bruta de capital fixo divulgado hoje pelo Ibge, que recuou 2,2% no segundo trimestre do ante os três primeiros meses do ano. "O investimento na economia real caiu e os investimentos públicos são irrisórios. O clima é de muita incerteza no meio empresarial sobre os rumos da economia para 2007", declarou Tabacof. Matéria ampliada às 15h06

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