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Inadimplência alta impõe limitações ao consumo

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Por Redação
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O comércio varejista tem motivos para se preocupar com o aumento da inadimplência dos consumidores, revelado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).Há indícios de que os devedores estão preferindo pagar os compromissos bancários, enquanto crescem os atrasos em outras modalidades de dívida. Como os consumidores estão mais endividados, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), torna-se mais provável o adiamento das compras não essenciais, o que se reflete negativamente sobre as atividades do varejo.Um conjunto de dados sobre consumo, endividamento e inadimplência divulgado nos últimos dias ajuda a entender o ritmo fraco dessas atividades observado nos últimos meses.O SPC estimou em 55 milhões, no mês passado, o número de consumidores com dívidas em atraso, 5,09% acima do número registrado em agosto de 2013. O aumento da inadimplência ocorreu justamente nas faixas etárias mais elevadas: 6,49% entre as pessoas de 50 a 64 anos; 8,31% entre 65 e 84 anos; e 12,12% entre 85 e 94 anos. Ou seja, os mais idosos, em geral já aposentados, se endividam, mesmo com o risco de inadimplência, para socorrer os mais jovens.O SPC notou também a deterioração da capacidade de pagamento dos consumidores, pois cresceram mais os atrasos entre 181 e 360 dias.A Pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da CNC, mostrou que, entre agosto de 2013 e agosto de 2014, passou de 63% para 63,6% o porcentual de famílias com dívidas, principalmente no cartão de crédito (75,8%), carnês (17%) e financiamento do carro (13,4%). O maior crescimento foi registrado nos financiamentos imobiliários, mas a inadimplência ainda é baixa, de 1,8%. O Banco Central calcula que mais de 1/3 das dívidas das famílias já se deve à compra da casa própria.Dados da Serasa Experian revelam diminuição do valor médio das dívidas em atraso com bancos, de R$ 1.346,05, entre janeiro e agosto de 2013, para R$ 1.265,15, em igual período de 2014, enquanto aumentou o valor de cheques sem fundos, títulos protestados e dívidas não bancárias, inclusive serviços públicos.Com a piora de sua situação, decorrente da deterioração do quadro econômico geral, o consumidor passou a considerar prioritário o pagamento das dívidas com bancos, deixando as compras no varejo em segundo plano.

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