PUBLICIDADE

Inadimplência cai em abril, mas ainda é maior do que em 2005

Os cheques devolvidos por falta de fundos lideram a participação na inadimplência dos consumidores em abril

Por Agencia Estado
Atualização:

A inadimplência dos consumidores diminuiu em abril de 2006, em todo o País. De acordo com o Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Física, o índice, que em março deste ano havia aumentado 35,1% na relação com fevereiro, voltou a recuar em abril, e registrou queda de 11,4% frente a março de 2006. Em relação a abril do ano passado, no entanto, houve crescimento de 11,3%. Tomando por base um período maio, o primeiro quadrimestre deste ano, os números da Serasa mostram ainda que houve aumento de 15,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O indicador Serasa de inadimplência apura os registros de cheques devolvidos, títulos protestados, dívidas vencidas com instituições financeiras, empresas do varejo e cartões de crédito e financeiras. , aponta o indicador da Serasa. Cheques devolvidos têm maior participação na inadimplência Os cheques devolvidos por falta de fundos lideram a participação na inadimplência dos consumidores em abril. Eles representaram 33,0% do total do indicador de pessoa física. No mesmo mês de 2005, eles tinham um peso de 32,7%. Já as dívidas com cartões de crédito e financeiras ficaram com a segunda maior representatividade na inadimplência de pessoa física, com participação de 32,2% do indicador. Em abril do ano passado, contribuíram com 35,6% do indicador de inadimplência. As dívidas com os bancos tiveram peso de 31,9% na inadimplência dos consumidores em abril de 2006, e o índice vem crescendo a cada ano. Em abril de 2005, esses registros tinham participação de 29,1%. Por último, os títulos protestados participaram com 3,0% das dívidas não pagas de pessoas físicas, em abril de 2006 e 2,5%, no mesmo mês de 2005. Valor das dívidas O valor médio dos cheques sem fundos de pessoas físicas nos quatro primeiros meses de 2006 foi de R$ 559,35. O valor médio de títulos protestados foi de R$ 762,10, enquanto os registros de dívidas com o sistema financeiro tiveram um valor médio de R$ 1.093,86, e os registros das dívidas com cartões de crédito e financeiras, de R$ 303,37. Todos estes valores aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado. São Paulo O percentual de consumidores na Região Metropolitana de São Paulo que afirma possuir algum tipo de dívida manteve-se praticamente estável em maio. A taxa ficou em 60%, contra 61% apurada em abril. No entanto, em relação ao mesmo mês do ano passado, quando 53% declararam possuir débitos pendentes, o resultado é sete pontos percentuais superior. Os dados constam da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Por outro lado, o universo de inadimplentes apurou recuo de 7 pontos porcentuais no contraponto a abril e a igual período de 2005. Neste mês, 38% dos consumidores afirmaram estar com contas em atraso, ante 45% no anterior. Trata-se da terceira maior queda, no comparativo mês atual/mês anterior, desde que a pesquisa começou a ser realizada, em abril de 2004. O índice só fica abaixo dos verificados em dezembro de 2004, quando a parcela de consumidores com prestações vencidas recuou 8 pontos porcentuais (de 40% para 32%), e em setembro de 2005: retração de sete pontos percentuais (de 44% para 37%). Preocupações Na avaliação da Fecomercio, apesar da melhora dos indicadores de endividamento e inadimplência, o percentual daqueles que ainda detêm pagamentos pendentes continua preocupante. Isso porque a maioria, 64%, tem renda inferior a 10 salários mínimos. Assim, enquanto no curto prazo, os efeitos do lento crescimento da renda são atenuados pela expansão do crédito, mais adiante, esse mecanismo poderá elevar ainda mais o risco de inadimplência. Serão exatamente os consumidores com menor remuneração os que terão sua capacidade de pagamento reduzida, alerta a Federação do Comércio paulista.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.