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Inadimplência cresce no início de 2003

Pesquisas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e do Telecheque apontam que a inadimplência cresceu em janeiro. Analistas acreditam que a inadimplência deve permanecer alta nos três primeiros meses do ano.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os índices de inadimplência de janeiro de 2003 apresentaram alta. Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revela que a inadimplência líquida - indicador de tendência que mede o saldo entre os novos carnês inadimplentes descontado dos financiamentos em atraso que foram renegociados - atingiu em janeiro 6,1%, ante 5,4% em igual período de 2002. Já o estudo realizado pelo Telecheque apontou que a inadimplência nas compras com cheques em todos país chegou a 2,47%, no mês passado. Em dezembro de 2002, o Telecheque tinha registrado inadimplência de 1,24%. Analistas acreditam que a inadimplência permanecerá em alta nos três primeiros meses do ano devido à pressão sobre os índices de inflação. O aumento de gastos nesta época, com o pagamento de compras financiadas no Natal e o vencimento de impostos, também contribui para a elevação dos índices de inadimplência. ?No começo do ano existe um número maior de vencimentos de contas para o consumidor. Quem financiou ou realizou as compras de Natal com cheque pré-datado para prazos mais longos tem um risco maior de cair na situação de inadimplência?, explica a gerente de marketing da Telecheque, Patrícia Monteiro. O economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, destaca que a elevação dos índices de inflação também influencia o comportamento da inadimplência nos próximos meses. ?Os consumidores já estão vivendo numa situação limite de seu orçamento. O salário não acompanha os reajustes de tarifas públicas e impostos?, ressalta. Marcel Solimeo avisa que o consumidor que não planeja seu orçamento e não mantém uma reserva para momentos de dificuldade corre um maior risco de se tornar um inadimplente neste período. ?Início do ano é momento de pagar impostos, matrícula e material escolar, além de eventuais compras financiadas no período do Natal.? Ele destaca que é essencial o consumidor sempre contar com um dinheiro guardado para margem de segurança para momentos em que os preços sobem e as dívidas se acumulam. Desemprego A gerente do Telecheque também destaca a questão do alto índice de desemprego e a baixa reposição salarial como riscos para a inadimplência. ?O aumento diário do desemprego é um dos principias fatores que influenciam os índices de inadimplência. Por isso, antes de fazer uma compra com cheque pré-datado por período muito extenso, o consumidor deve avaliar o risco de não honrar seus compromissos, caso fique em uma situação de desemprego?, avisa Patrícia Monteiro. Confira no link abaixo algumas dica a renegociação de dívidas e de como retirar o nome da lista de devedores.

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