PUBLICIDADE

Inadimplência dispara em março

Segundo o SPC, o resultado mostrou que os brasileiros não conseguiram honrar totalmente os compromissos assumidos no varejo

Por Agencia Estado
Atualização:

O número de registros de inadimplência no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC Brasil) aumentou 41,97% em março, na comparação com o mesmo período de 2005. De acordo com a companhia de análise de crédito, o resultado refletiu as compras realizadas no final do ano passado e mostrou que os brasileiros não conseguiram honrar totalmente os compromissos assumidos no varejo, passados 90 dias de dívida contraída e não paga. Em relação a fevereiro de 2006, o volume de inclusões de registros no SPC Brasil cresceu 22,71%. Na comparação com janeiro, apresentou alta de 24,50%. Apesar do aumento da inclusão, a companhia destaca que outro fator importante, desta vez positivo, foi o volume de registros excluídos do cadastro no mês passado. Enquanto, em relação a fevereiro, houve aumento de 22,52% da exclusão de nomes, sobre março de 2005, o volume foi mais significativo e cresceu 42,09%. Os números divulgados mostraram que, se por um lado houve forte aumento na inadimplência, por outro há um grande movimento dos consumidores para tentar "limpar o nome" do cadastro de "maus pagadores". Crédito consignado O SPC Brasil destacou que um fator importante para as duas avaliações foi a oferta de crédito consignado - com desconto na folha de pagamento. Na avaliação da companhia, a população aproveitou a vantagem dos juros menores para se lançar às compras, mas viu parte de seus ganhos se "corroer" com tal medida, o que trouxe como conseqüência a inadimplência nos meses seguintes, principalmente em compras com maior número de parcelas feitas por famílias que não suportam despesas extraordinárias no orçamento já reduzido. Quanto ao crescimento do número de pessoas que optaram pela "limpeza do nome", a companhia salientou que grande parte deste grupo preferiu usar o crédito consignado para substituir uma dívida de curto prazo, que já não teria mais como negociar após o registro no SPC, por um compromisso de longo prazo. Segundo o SPC Brasil, o momento atual é de cautela para os lojistas e para os consumidores, pois é necessária a "atenção redobrada no momento da concessão de crédito e na hora de decidir pela compra parcelada". O SPC Brasil recomenda aos lojistas que não alonguem demais os prazos de pagamento em suas vendas e aos consumidores que tenham precaução na hora de contrair a dívida.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.