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Inadimplência entre consumidores cresce 21,5% em julho

Segundo CNC, crédito cresceu de forma moderada, mas alta dos juros e da inflação, somadas à queda na renda, afetaram resultado; endividamento, entretanto, caiu pela segunda vez seguida no ano

Por Vinicius Neder
Atualização:
Porcentual de famílias endividadas alcançou 61,9% em julho, queda frente a junho e ao mesmo mês do ano passado Foto: Tiago Queiroz/Estadão

RIO - Cresceu a inadimplência dos consumidores, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quarta-feira, 22, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso alcançou 21,5%, ante 21,3% em junho e 18,9% em julho de 2014.

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Segundo nota distribuída pela CNC, "apesar da moderação no crescimento do crédito, a alta das taxas de juros, a persistência inflacionária e a queda na renda real do trabalhador provocaram impactos negativos nos indicadores de inadimplência".

Por outro lado, a Peic mostrou que, em julho, o porcentual de famílias endividadas (que possuem financiamentos ou contas parceladas no cartão de crédito, mesmo que em dia) alcançou 61,9%, queda em relação aos 62,0% observados em junho e em relação aos 63,0% de julho de 2014. É a segunda queda consecutiva este ano, informou a CNC. O porcentual registrado em maio deste ano foi 62,4%.

O porcentual das famílias que deverão permanecer inadimplentes atingiu 8,1% em julho - uma alta tanto na comparação com junho (7,9%) quanto na comparação com julho do ano passado (6,65). Segundo a CNC, é o maior patamar já registrado desde outubro de 2011. A proporção de famílias muito endividadas também aumentou nas comparações mensal e anual, alcançando 12,9% do total.

Segundo a Peic, o tempo médio de adiamento do pagamento de contas ou dívidas em atraso foi de 59,8 dias em julho - abaixo dos 61,3 registrados no mesmo período do ano passado. O período médio de comprometimento de renda com as dívidas foi de 7,1 meses.

A Peic considera todas as formas de endividamento e não apenas as dívidas financeiras, com bancos. O cartão de crédito, que é contabilizado como dívida mesmo quando pago em dia, é o principal motivo de débito para 77,4% das famílias endividadas, seguido por carnês (16,3%) e, em terceiro, por financiamento de carro (13,5%).

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