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Inadimplência nos EUA tem maior alta em 16 anos

Os dados mostram a pressão sobre o setor bancário mesmo antes do aperto mais acentuado na liquidez dos mercados ocorrido este mês

Por Regina Cardeal e da Agência Estado
Atualização:

Os créditos com pagamentos em atraso de pelo menos 90 dias subiram US$ 11,4 bilhões, ou 36,2%, no segundo trimestre em comparação com o segundo trimestre de 2006, informou a FDIC (Federal Deposit Insurance Corp), agência que garante os depósitos bancários nos EUA. Foi o maior aumento em 16 anos. Os dados mostram a pressão sobre o setor bancário mesmo antes do aperto mais acentuado na liquidez dos mercados ocorrido este mês. Os bancos também declararam como prejuízo US$ 9,2 bilhões em créditos duvidosos no segundo trimestre, 51,2% a mais do que no segundo trimestre de 2006, segundo a FDIC. Mas a presidente da FDIC, Sheila Bair, foi cautelosa na análise dos dados e reiterou que o setor continua forte. "O principal ponto que gostaria de enfatizar é que o setor bancário está em geral bem capitalizado", disse. "É bem diversificado, lucrativo e acho que os bancos estão numa posição muito boa enquanto atravessamos este período de reajuste do mercado." As margens mais estreitas e despesas mais elevadas com os créditos duvidosos fizeram o lucro líquido do setor cair 3,4% no segundo trimestre. O setor destinou US$ 11,4 bilhões no período a provisões para cobertura de perda no crédito. É o maior volume de provisões desde o quarto trimestre de 2002. A FDIC informou que havia 61 bancos "problemáticos" no fim do segundo trimestre, ante 53 no fim do primeiro trimestre. Destes, dez eram instituições de poupança garantidas pelo governo federal. Os ativos dos bancos e instituições de poupança "problemáticos" oscilam entre US$ 5 milhões e US$ 10 bilhões, segundo a FDIC. Pelos padrões históricos, estes números são relativamente baixos. Em 1991, por exemplo, havia 1.496 bancos e poupanças "problemáticos". As informações são da agência Dow Jones.

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