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Inadimplência sob controle ajuda na alta da confiança do consumidor, diz FGV

Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu 4,9% na passagem de março para abril

Por Daniela Amorim (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Depois do aumento do endividamento e da inadimplência no fim do ano passado, os consumidores estão, enfim, conseguindo reequilibrar suas finanças. A reorganização das contas domésticas foi um dos fatores que contribuiu para o avanço de 4,9% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na passagem de março para abril.

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O ICC, que atingiu em abril o maior patamar (128,7 pontos) desde o início da série histórica, iniciada em setembro de 2005, teve a terceira alta consecutiva, puxado tanto pela melhora na percepção atual quanto pelo aumento do otimismo em reação aos próximos meses.

A visão sobre a atual situação financeira da família melhorou 1,7% em abril. Já a expectativa de melhora para os próximos meses na situação financeira teve aumento ainda maior, de 2,7%. Entre os entrevistados, 42,9% acreditam que as finanças familiares vão melhorar nos próximos meses.

"Estamos num período de transição. A inadimplência está parando de crescer e pode muito provavelmente voltar a cair nos próximos meses", disse Aloisio Campelo, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Em relação à percepção geral da economia, há a questão dos estímulos. Há segmentos muito importantes que estão indo muito bem. Enquanto a indústria está rateando, há estímulo ao consumo. Alguns segmentos estão contratando muito, como comércio, serviços e construção", citou.

O avanço no otimismo também foi puxado por uma percepção melhor sobre a queda na taxa básica de juros, o controle da inflação e o aquecimento do mercado de trabalho. A expectativa para a inflação para os próximos 12 meses chegou a 6,4% em abril, mas vem caindo desde outubro de 2011. Também há mais pessoas respondendo que está mais fácil arrumar emprego atualmente e que a situação do mercado de trabalho ficará ainda melhor nos próximos meses.

"As expectativas para o mercado de trabalho para os próximos meses são excelentes. Há percepção de que a economia está indo bem. As medidas que o governo vem tomando, assim como os rumos da política monetária, também têm sido bem recebidas pelo consumidor", explicou Campelo.

Segundo o economista da FGV, a mensagem do Banco Central de que os juros estão caindo é tão forte que o porcentual de pessoas que acreditam em mais cortes na taxa Selic é o mais alto da série histórica da pesquisa: 41,4% dos entrevistados disseram em abril que a taxa de juros vai cair. Em março, essa fatia era de 33,5%.

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"Esse reforço (para o consumidor) vem do Banco Central, mas também do Mantega, da presidente Dilma, do Banco do Brasil", afirmou Campelo. "Para quem está endividado, a taxa de juros cair dá uma aliviada nas dívidas. Para quem pretende comprar algum bem, saber que as condições de crédito estão melhorando é bom. O consumidor está ganhando um pouco mais de confiança para as compras, até para assumir mais prestações. Mas isso é um processo gradual, ainda não há uma explosão para o consumo", completou.

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