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''Inadimplência tende a crescer moderadamente''

Segundo a Confederação do Comércio, porcentual de famílias que não podem pagar suas dívidas recua de 8,4% para 8,1%

Por Glauber Gonçalves
Atualização:

O porcentual das famílias que diz ter dívidas ou contas em atraso subiu para 23,7% em julho ante 23,3% no mês anterior, mas a proporção das que afirmam não ter condições de pagá-las recuou de 8,4% para 8,1% no período. O movimento é resultado dos bons números do mercado de trabalho e da desaceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Para o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, os dados mostram que a inadimplência deve crescer a um ritmo mais moderado do que esperava o mercado. "Há uma perspectiva de que o mercado de trabalho vai continuar favorável. Como também houve uma queda do IPCA nos últimos meses e o rendimento real das famílias aumentou, houve uma percepção de que é importante atender seus compromissos de dívidas para continuar consumindo", avalia. Segundo a pesquisa, em julho o total de endividados caiu para 63,5%, ante 64,1% em junho. O porcentual, porém, ainda é superior aos 57,7% registrados em julho do ano passado. Esse resultado foi puxado pelas famílias de menor rendimento. Enquanto entre a faixa de renda inferior a dez salários mínimos, o porcentual de endividados caiu, no grupo com renda superior a esse nível, a proporção dos que declararam ter dívidas cresceu. Segundo a economista Marianne Lorena Hanson, da CNC, a queda no porcentual geral de endividados ante o mês anterior é reflexo das restrições ao crédito no País. "Podemos observar desde o início do ano uma desaceleração na concessão de crédito, então é natural que o porcentual de famílias endividadas lentamente vá se reduzindo. O saldo de crédito, porém, ainda está muito alto", diz. Por outro lado, cresceu a concessão de empréstimos com taxas de juros mais altas e prazos mais curtos. Por causa disso, o porcentual de famílias que disse estar com endividamento muito elevado atingiu o maior patamar da série iniciada em janeiro de 2010: 17,8%.

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