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INCC pressiona crédito imobiliário

Por AE
Atualização:

Quem foi na onda do "boom" imobiliário e comprou imóvel na planta financiado pela construtora tem sentido o impacto direto da alta da inflação. As parcelas e o saldo devedor são corrigidos mensalmente pelo Índice Nacional dos Custos da Construção (INCC) que, em sete meses, subiu mais do que o acumulado do ano passado inteiro. De janeiro a julho deste ano, a alta foi de 7,66%, contra 6,03%, em 2007. O indexador é uma das três variações que compõem o Índice Geral de Preços (IGP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "A diferença é assustadora. Quem acompanha a variação do mercado realmente está com pé atrás", afirma Tiago Antolini, advogado especializado em Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e diretor da Associação dos Mutuários e Moradores das Regiões Sul e Sudeste do Brasil (AMM). Já os que financiaram na planta pelo crédito bancário não perceberam diferença nas prestações. É que, neste caso, as parcelas são corrigidas anualmente de acordo com os juros contratados, mais a variação da TR (Taxa Referencial), que sofre impacto menor da variação de preços. No entanto, a cobrança dos juros torna esta opção mais cara. A maior diferença, no entanto, tem sido sentida por quem já recebeu as chaves e continuou pagando diretamente para a construtora, em vez de quitar ou optar pelo crédito bancário. É que, a partir do momento em que o imóvel é recebido, começam a incidir juros sobre as parcelas, além da variação do IGP-M - que acumulou até julho uma alta de 8,69%. "Deve-se ter um cuidado dobrado, o IGP-M ainda é superior ao INCC. Muitos mutuários que financiam pela construtora não entendem por que as parcelas, depois da entrega, praticamente dobram", observa Antolini. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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