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Indefinição paralisa mercado imobiliário em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

A mudança dos coeficientes de ocupação de terreno prevista no novo Plano Diretor de São Paulo paralisou o mercado de compra e venda de terrenos, sustenta o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo, Orlando de Almeida Filho. Segundo ele, há dois meses rarearam os grandes lances de incorporadoras ou construtores interessados em projetos de porte. "Desde que o assunto chegou à mídia, todo mundo decidiu esperar antes de programar uma construção com data de lançamento para o ano que vem", diz ele. O temor é que zonas com coeficiente 4, 3 ou 2 hoje tenham esses valores reduzidos e, portanto, exijam o pagamento extra, por meio da outorga, para a construção acima do permitido. Almeida Filho arrisca até uma estimativa de quanto já se vendeu em termos de terrenos. "Por ano, se negocia em São Paulo cerca de 120 milhões de metros quadrados para o lançamento de 100 mil imóveis novos", diz ele. "Até agora, só devem ter sido vendidos 200 mil metros quadrados", avalia. Um representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) confirmou a impressão do presidente do sindicato dos corretores de imóveis. "O movimento de aquisição de novos terrenos para lançamentos no ano que vem foi interrompido", informa. A falta de conhecimento do coeficiente que será adotado atrapalha na hora de calcular os custos que serão cobrados. Segundo o diretor do grupo Bamberg Eros Prosini, o plano atinge diretamente o lançamento de prédios. Não por acaso, a divisão responsável pela venda de terrenos para incorporação de prédios da Bamberg caiu significativamente. Por outro lado, os lançamentos previstos em condomínios fechados do grupo, que pressupõem casas térreas, ou seja, sem a necessidade de eventual compra de direito de construção vertical acima do previsto, continua de vento em popa, informa Prosini.

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