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Indefinição política abala mercado

Por Agencia Estado
Atualização:

As incertezas em relação às eleições presidenciais, que muitos vêm chamando de risco político, começaram a ter impacto sobre os ativos brasileiros antes do previsto pelo mercado. No entanto, analistas estrangeiros e gestores de fundos de investimentos de mercados emergentes em Wall Street ouvidos pela Agência Estado apontam os aspectos críticos da economia brasileira que estão servindo como pano de fundo para que o risco político tenha um peso maior no aumento na taxa de risco Brasil, que hoje chegou no maior nível do ano, antes de se recuperar no fim do dia. Entre os pontos mais preocupantes para Wall Street estão o tamanho e a estrutura da dívida pública brasileira, que tornam o País mais vulnerável a movimentos bruscos na taxa de câmbio ou na taxa de juros. Também a inflação ainda elevada e a interrupção no processo de queda na taxa Selic contribuíram para o momento negativo da economia brasileira. Até o início do ano, muitos bancos e corretoras em Wall Street, além de investidores estrangeiros, mantinham uma exposição otimista ao Brasil nas suas carteiras. Diante da deterioração do risco político e o desempenho não tão satisfatório de indicadores econômicos, o mercado decidiu reduzir sua exposição ao Brasil para um nível neutro no caso de o País entrar num período de maior turbulência. Vulnerável "O Brasil é o país da América Latina mais vulnerável a um choque externo ou a uma nova crise por causa do tamanho de seu endividamento. Se a recuperação da economia dos Estados Unidos não acontecer, se as bolsas de valores norte-americanas desabarem ou se os preços do petróleo dispararem, o Brasil será o país mais afetado, pois o fluxo de capitais poderá cair muito com um choque externo", explicou o gestor de fundos de mercados emergentes da Oppenheimer Funds, Ruggero de Rossi. Na eventualidade de uma crise ou um choque externo, Rossi diz que o temor é de que o Brasil seja forçado a elevar os juros e que a moeda se desvalorize fortemente para absorver o impacto. "Daí, haverá necessidade de um ajuste fiscal mais severo. É aí que entra o fator político no prêmio de risco Brasil", comentou.

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