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Indefinição política faz ANP suspender expansão do gasoduto

Por Agencia Estado
Atualização:

As indefinições do setor elétrico brasileiro levaram a Agência Nacional do Petróleo (ANP) a suspender o processo de expansão do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). O concurso aberto que definirá os novos investidores no duto estava previsto para o início do ano, mas agora não tem mais data prevista para acontecer. "Não dá para fazer o concurso aberto sem ter dimensão exata sobre o tamanho do mercado", afirmou o diretor-geral da agência, o embaixador Sebastião do Rego Barros. A expansão do gasoduto está intimamente relacionada ao desenvolvimento do programa termelétrico brasileiro, em compasso de espera das novas medidas propostas pela Câmara de Gestão da Crise Energética (CGE). Nas primeiras negociações sobre a expansão do Gasbol, nove empresas - incluindo a Petrobrás - pediram um aumento de capacidade de 21 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia no duto. O projeto atual prevê uma capacidade máxima de 30 milhões de metros cúbicos diários. O fim do racionamento e a indefinição regulatória frearam os planos de investidores em térmicas. A própria Petrobrás, maior investidora no setor, anunciou que estava revendo seu cronograma de construção de usinas. Com isso, não é possível prever o volume adicional que será necessário para atender as térmicas. "Havia um risco muito grande de o concurso aberto fracassar, caso fossem mantidos os prazos iniciais", concordou o gerente da área de gás para a América do Sul da Shell, Antônio Assunção. Os pedidos de adiamento do processo de expansão foram feitos pelos próprios interessados em adquirir capacidade no Gasbol, lembrou o executivo. A data de entrega final das propostas já havia sido adiada uma vez, de fevereiro para o fim de março. "Estamos esperando uma definição do programa elétrico para saber qual é a necessidade de energia elétrica e qual tratamento será dado ao transporte", disse o embaixador, destacando a preocupação com a proposta de subsidiar o transporte do gás para geração térmica, feita pelo Comitê de Revitalização do Setor Elétrico da GCE.

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