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Índice da Construção deve fechar ano com queda de 4%

Por Agencia Estado
Atualização:

A indústria da construção civil deverá fechar o ano de 2003 com uma retração de 4%. Essa é uma das conclusões da mais recente Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil. O documento, elaborado trimestralmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e que representa um dos principais indicadores do desempenho do setor em todo o País, cita o quadro macroeconômico recessivo provocado principalmente pelos juros altos, a falta de investimentos público e privado e a indefinição de uma política habitacional como os principais fatores da crise que atinge o setor. Segundo o vice-presidente do Sinduscon-SP, Eduardo Zaidan, se for feito um balanço desde o segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso até agora, a queda do produto do setor atinge cerca de 10%. "Esses são números argentinos", desabafa. Para Zaidan, o País necessita de uma política habitacional com regras claras e definidas. "É preciso perder o medo e deixar a economia do País crescer, pois nossa tendência natural é a do crescimento", reitera. As perspectivas traçadas no documento do Sinduscon-SP, elaborado com base em sondagens feitas em todo o País, não são nada otimistas para os empresários do setor. Em determinado trecho, o estudo destaca que a lua-de-mel do empresariado da construção com o governo chegou ao fim. Outra parte do documento diz que o desempenho médio das empresas da construção civil em todo o País, no período maio-julho deste ano, "foi medíocre". E os indicadores de desempenho registraram forte deterioração em todas as regiões do Brasil, sendo que o volume de negócios e faturamento das empresas foram as variáveis que mais puxaram o desempenho das empresas para baixo. Entre as maiores preocupações dos empresários, estão o nível de emprego, o aumento nos custos da construção e o nível de participação de mercado. No mês de agosto deste ano, por exemplo, o custo global da construção residencial subiu 1,51%, em comparação com o mês anterior. Paralelo a esse aumento, o nível de atividade do setor registrou queda. "Estamos sendo muito penalizados, principalmente nos últimos quatro anos. É por isso que essa Sondagem Nacional (a 16ª) está saindo com tintas carregadas", avalia Zaidan. Outra conclusão da Sondagem Nacional é que depois de sete meses da posse do novo governo, os empresários do setor da construção civil voltaram a demonstrar pessimismo com relação aos rumos da política econômica. A única variável que apresentou uma boa avaliação dos empresários foi a inflação reduzida. Apesar da crença de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser bem-sucedido na busca da estabilização dos preços, os empresários destacam que um dos pontos mais críticos é o crescimento econômico.

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