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Índice de confiança reage nos EUA

Consumidor está menos pessimista e fez indicador de maio ter a maior alta em 6 meses, animando as bolsas

Por Gustavo Chacra e NOVA YORK
Atualização:

O índice de confiança do consumidor americano teve a maior elevação em seis anos e atingiu um nível próximo ao de antes da crise financeira, em setembro do ano passado. Dados divulgados pela Conference Board, que publica o índice, indicam que a confiança atingiu 54,9 pontos em maio, crescendo 34% em relação aos 40,8 pontos de abril. A notícia animou os investidores que veem no maior otimismo do consumidor um sinal de que a crise está mais branda. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou o pregão de ontem em alta de 2,37%. O S&P 500 avançou 2,63%, puxado por empresas de consumo como o Mc Donald?s e Home Depot. E o Nasdaq subiu 3,45%. Lynn Franco, diretor do Centro de Pesquisa do Consumidor do Conference Bord, disse que "depois de dois meses de melhora significativa, o índice de confiança do consumidor está no seu ponto mais elevado em oito meses". A expectativa é que o índice continue apresentando melhoras. "O aumento indica que um crescimento no segundo trimestre será provavelmente menos negativo do que no primeiro. Para o futuro, os consumidores estão consideravelmente menos pessimistas do que eles estavam há um ano", disse. E mesmo com as autoridades financeiras dos Estados Unidos estimando que o nível de emprego deve continuar em queda depois que a economia americana voltar a crescer, o consumidor está menos preocupado. "A expectativa é de que as condições para negócios e o mercado de trabalho melhorarão nos próximos meses". Segundo Franco, "enquanto a confiança ainda está fraca para padrões históricos, aparentemente, o pior já passou". O professor de economia da Universidade Columbia Hélios Herrera acrescenta que "os consumidores não têm mais tanta incerteza diante da crise. O cenário se estabilizou e eles não esperam que a crise se acentue". Em entrevista ao Estado, o economista acrescentou ser importante frisar que o índice apenas se aproximou do que era antes da crise, sendo apenas um ajuste depois de quedas ao longo dos últimos meses. Em setembro do ano passado, o índice era de 61,4. O padrão é 1985, quando a confiança seria igual a 100, de acordo com a Conference Board. Outros números da pesquisa também indicam que o cenário está menos sombrio para os consumidores americanos, apesar de ainda distante de períodos anteriores à crise. Indagados sobre as condições para os negócios, 8,7% disseram ser boas. O resultado é melhor do que o de abril, quando 7,9% consideravam boas as condições, mas ainda bem inferior aos 45,3% que acham a situação atual ruim. A avaliação do mercado de trabalho também demonstra que continua difícil conseguir emprego para 44,7% dos entrevistados. Apenas 5,7% dos entrevistados disseram que está fácil. Os números são um pouco melhores quando os entrevistados são indagados sobre a perspectiva para os próximos seis meses - as condições para negócios serão boas para 23,1% dos participantse e as do mercado de trabalho serão boas para 20%. De acordo com a pesquisa, apenas 5,5% dos entrevistados pretendem comprar um carro nos próximos meses. O total dos que disseram ter planos de comprar uma casa é ainda menor: 2,3%. RESIDÊNCIAS Outra pesquisa divulgada ontem, no entanto, mostra que os preços das casas nos Estados Unidos continuam em queda. Segundo o Índice Nacional de Preços das Residências, da S&P Case-Shiller, os valores caíram 19,1% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, a maior retração nos 21 anos da pesquisa. Os preços de março caíram 18,7% em relação ao mesmo mês de 2008. NÚMEROS 54,9 pontos é o nível de confiança do consumidor americano medido em maio, pela Conference Board 34% foi a alta do indicador verificada em maio, em relação a abril, a maior elevação em seis meses 61,4 pontos foi o índice medido em setembro de 2008, antes do agravamento da crise financeira global

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