22 de abril de 2010 | 19h42
A balsa tem capacidade para 300 toneladas (o equivalente a quatro carretas) e serve motoristas da BR-080 na travessia do Xingu, utilizada principalmente para o escoamento da produção e transporte de gado para frigoríficos. O cacique kaiapó Megaron Txcurramãe disse que muitos teriam desistido de usar o serviço porque desde ontem foram informados que a balsa não ia funcionar.
Hoje, as lideranças encaminharam ao comando da Polícia Militar de São José do Xingu um comunicado sobre a paralisação do serviço. "A gente quer fazer um movimento pacífico e por isso pedimos ajuda para que a polícia não deixe os carros descerem para usar a balsa."
No comunicado, eles informaram que iriam fechar a travessia do Rio Xingu na Aldeia Piaraçu por tempo indeterminado. Também comunicam que o motivo do protesto é devido o "leilão realizado de Belo Monte (hidrelétrica do Rio Xingu) a qual não aceitamos esta atitude do governo de manter a construção".
A paralisação do serviço foi uma decisão da lideranças do Parque Nacional do Xingu que acompanharam leilão e ficaram revoltados com o resultado. Eles se dizem indignados com a atitude do presidente Lula e do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcio Meira. As lideranças realizam o protesto com o corpo todo pintado de preto. "A gente pensou que a Justiça iria conseguir barrar a venda, mas não. E a nossa maneira de protestar é fazer ações que tragam prejuízos para branco", disse Megaron. A partir de amanhã são esperados mais 50 guerreiros índios. Também deve chegar os caciques Raoni e Metuktire.
Encontrou algum erro? Entre em contato