A indústria brasileira continua produzindo abaixo do seu ritmo usual. Sondagem feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica que a produção em fevereiro ficou abaixo do que é considerado normal para o período. O índice que mede o nível de produção marcou 46,5 pontos. É o sexto mês consecutivo que o indicador fica abaixo dos 50 pontos, o que representa problemas para o setor. Em janeiro, eram 45 pontos. Segundo a CNI, em uma escala de zero a cem, os valores acima de 50 indicam aumento da atividade, do emprego, acúmulo de estoques indesejados e nível de Utilização de Capacidade Instalada (UCI) acima do usual. A sondagem mostra que o índice de evolução do emprego alcançou 48,3 pontos em fevereiro, ante 47,1 pontos em janeiro. O nível de uso das máquinas instaladas nas fábricas foi de 71%, um pouco melhor que em janeiro, quando ficou em 69%. O porcentual ficou abaixo do verificado em fevereiro do ano passado, 72%. A sondagem mostra ainda que o índice que mede o volume de estoque em relação ao planejado marcou 52,1 pontos em fevereiro, o que significa quantidade maior do que era programado. Em relação aos próximos seis meses, a indústria tem boas expectativas. O índice de projeções em relação à demanda alcançou 60,4 pontos e o de exportações marcou 51,2 pontos. Quanto à expectativa de compra de matéria-prima, o indicador de março chegou a 57,5 pontos; e o de número de empregados, a 53,3 pontos. Todos na faixa de expectativas positivas. O economista da CNI Marcelo Azevedo explica que a confiança cresceu por causa das medidas do governo para tentar reduzir a valorização cambial e pela redução da taxa de juros. "De qualquer forma, essa retomada da atividade industrial, que provavelmente começará no segundo trimestre, deve ser lenta."