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Indústria argentina de calçados culpa China por perdas do Brasil

Para a Câmara da Indústria de Calçados da Argentina, "as reivindicações do governo brasileiro são inexatas"

Por Agencia Estado
Atualização:

A Câmara da Indústria de Calçados da Argentina rejeitou nesta sexta-feira as queixas do Brasil em relação ao impedimento da entrada de sapatos brasileiros no mercado argentino e afirmou que a China representa a principal ameaça comercial à região. "As reivindicações do governo brasileiro são inexatas, já que um dos maiores inconvenientes para o Brasil não é a suposta perda de participação no mercado argentino, mas a entrada dos produtos chineses, que vêm ganhando os maiores mercados mundiais", disse a Câmara em comunicado. Para a instituição, a concorrência chinesa "deteriora" a participação das empresas brasileiras em seu próprio mercado, além de prejudicar as exportações para Estados Unidos e Europa. Depois de reafirmar que o Brasil "não consegue frear o avanço" do país asiático, o comunicado acrescenta que "o argumento de um suposto desvio de comércio (pela Argentina a favor da China) faz a reivindicação brasileira perder força". A associação argentina de calçados rejeitou um pedido do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento do Brasil, Ivan Ramalho - feito na reunião de quarta-feira em Buenos Aires com o secretário argentino de Indústria, Miguel Peirano - para que sejam abolidas as restrições à entrada de alguns produtos brasileiros ao país, dentre os quais os calçados. Ao fim da reunião, Ramalho declarou aos jornalistas que Peirano havia se comprometido a negociar este assunto a partir de agosto. A Argentina suspendeu as licenças automáticas de importação de diversos produtos estrangeiros, inclusive os brasileiros, como forma de proteger a indústria local. "As medidas para acompanhar e controlar o comércio de calçados são aplicadas às importações provenientes de qualquer origem, e não apenas às do país vizinho", explicou a câmara argentina no documento. "É por esse motivo que o crescimento das importações chinesas no segundo trimestre de 2006 mostrou uma forte queda", acrescentou, em referência ao "grande efeito que este mecanismo vem tendo sobre a participação chinesa no mercado argentino de calçados". "Entendemos o dano que o país asiático causa ao Brasil, mas é preciso levar em consideração que os calçados importados (pela Argentina) representam apenas 3% do consumo brasileiro, contra 21% em relação ao consumo argentino de nosso mercado", disse.

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