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Indústria argentina diz que Mercosul não traz benefício

Por Agencia Estado
Atualização:

Estudo da União Industrial Argentina (UIA) afirma que depois de mais de uma década em andamento o Mercosul não trouxe benefícios para a indústria do país. O documento será apresentado nesta quarta-feira, duas semanas antes da reunião de cúpula do bloco. O jornal Clarín informa na edição de hoje que o presidente Néstor Kirchner classificou o estudo de "minúsculo e limitadíssimo". De acordo com o jornal, o documento foi elaborado por uma equipe de economistas liderada por Alberto Ibáñez, assessor da Ecolatina, consultora do ministro de Economia, Roberto Lavagna. Uma das conclusões do estudo, informa o jornal, "diz que, depois de uma década de integração comercial com o Brasil, as contas para os donos das fábricas deram errado". "A balança comercial está mudando de sinal e as exportações argentina para o mercado brasileiros têm menos valor agregado do que as importações", diz o documento da UIA. O estudo afirma que as indústrias de calçados, linha branca, têxteis e brinquedos estão sendo "castigadas" com o intercâmbio comercial "desigual". "Somando os quase 10 anos de vida de mercado, a Argentina mostra um saldo favorável de US$ 73,83 bilhões, contra US$ 60,09 bilhões do Brasil", diz o jornal. A UIA argumenta que 47% das vendas argentinas para o mercado brasileiro nesses 10 anos se referem a produtos primários (trigo e combustíveis, principalmente), enquanto que 55% das importações do Brasil foram de bens de capital (máquina e ferramentas) e de bens intermediários. Para o subsecretário de integração do Ministério de Relações Exteriores da Argentina, Eduardo Sigal, a "UIA não pode desconhecer a importância do Mercosul para a Argentina". Para a tranqüilidade da indústria argentina, disse, "é preciso lembrar que as exportações do Mercosul triplicaram desde a sua criação, que essas exportações, que em 1991 significavam 80 mil empregos, hoje significam 250 mil postos".

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