Nota-se, porém, que o nível registrado por esse indicador no terceiro trimestre do ano é 19,6% inferior ao de idêntico período de 2014, sendo o segundo menor da série iniciada em 2012. De qualquer forma, a questão está em saber se a pequena melhora em relação ao trimestre imediatamente anterior é o esboço de uma tendência que poderia levar a uma retomada firme a médio prazo.
A FGV é cautelosa a esse respeito. Como afirmou o economista Aloísio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da entidade, a alta do indicador é discreta, se comparada com a queda observada nos seis trimestres anteriores. “Caso essa tendência de alta seja confirmada no próximo trimestre, o resultado estaria sinalizando uma diminuição das taxas negativas daqui por diante”, disse ele.
Isso significa apenas que deixou de piorar, não se esperando que o índice de investimentos volte a 100 pontos a médio prazo, o que significaria um número de indústrias com planos de elevar investimentos superior ao daquelas que tencionam reduzi-los. Isso se explica pelo elevado nível de capacidade ociosa da indústria, que inibe investimentos, especialmente num ambiente de demanda interna muito desaquecida e crédito escasso. Há indústrias que não dispõem de recursos nem mesmo para repor a depreciação de seu maquinário. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as indústrias que vêm investindo estão dando sequência a projetos anteriores à crise.
Dados mais recentes mostram que, estimulada pela desvalorização do real, parcela maior de indústrias tem buscado o mercado externo, mas este ainda é um processo lento, prejudicado, entre outros fatores, pela instabilidade do mercado de câmbio. A depreciação do real também favorece a substituição de importação de componentes pela indústria. Mas tais circunstâncias, pelo menos até agora, pouco têm estimulado os investimentos.