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Com incertezas e falta de insumos, indústria de São Paulo perde força em outubro

Produção no maior parque industrial do País avançou 0,5%, na sexta alta consecutiva, mas aponta postura mais cautelosa dos empresários

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - A indústria de São Paulo registrou perda de fôlego na passagem de setembro para outubro, como reflexo da postura mais cautelosa dos empresários diante de um momento de incertezas, mas também da falta de insumos já alardeada pelo setor, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção avançou 0,5% em outubro ante setembro, sexto mês consecutivo de resultados positivos, embora o menos intenso do período: maio (10,6%), junho (10,6%), julho (8,9%), agosto (4,5%) e setembro (5,7%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo IBGE.

Na média global, a indústria nacional avançou 1,1% em outubro ante setembro Foto: Taba Benedicto/Estadão

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“A falta de insumos para a produção final também é um fator que diminui o ritmo de produção. E São Paulo, como é vitrine para a indústria nacional, recebe esse fator de forma mais enfática. A falta de insumos influencia bastante sobre essa queda de ritmo da indústria de São Paulo, sim”, declarou Bernardo Almeida, gerente da pesquisa do IBGE.

Outros fatores que pesaram negativamente para o desempenho pouco vigoroso de outubro foram a base de comparação mais elevada, que dificulta taxas de crescimento mais robustas, e a conjuntura ainda permeada de incertezas. A produção industrial paulista - responsável por 34,2% de toda a produção nacional - já superou em 5,3% o patamar de fevereiro, no pré-pandemia, mas ainda opera 17,7% abaixo do pico alcançado em março de 2011.

“Os meses anteriores demonstraram muito impulso de recuperação em relação aos meses em que houve paralisações por conta de medidas sanitárias contra a pandemia. Agora que houve essa recuperação, e São Paulo já se apresenta acima do patamar pré-pandêmico, a indústria voltou a atuar da forma como atuava anteriormente, como na média nacional: com cautela, de olho nas incertezas. O desemprego alto também gera essa baixa no fôlego da produção paulista, e a cautela também na retomada de investimento e nas decisões de consumo das famílias”, justificou Almeida.

A produção industrial já superou o patamar de fevereiro em 9 dos 15 locais pesquisados em todo o País. Em outubro, a indústria nacional operava 1,4% acima do nível de fevereiro, na média global.

Além de São Paulo, os demais locais com ganhos em relação ao pré-pandemia foram Amazonas (com nível de produção 10,8% superior a fevereiro), Santa Catarina (6,1%), Ceará (6,1%), Minas Gerais (5,1%). Paraná (4,3%), Pernambuco (2,6%), Pará (1,3%) e Rio Grande do Sul (0,3%). Os seis locais ainda com perdas foram Espírito Santo (-10,8%), Bahia (-7,6%), Rio de Janeiro (-7,1%), Mato Grosso (-5,7%), Nordeste (-3,1%) e Goiás (-1,1%).

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Na passagem de setembro para outubro, a produção industrial cresceu 1,1%, com taxas positivas em oito dos 15 locais pesquisados. 

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