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Indústria cresceu menos no 4º trimestre de 2004

Por Agencia Estado
Atualização:

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje a Sondagem Industrial, que mostra que a indústria continuou crescendo no último trimestre de 2004, mas diminuiu o ritmo de expansão em relação ao terceiro trimestre. O resultado foi gerado principalmente pela desaceleração das grandes indústrias, que não foi sentida ainda pelas pequenas e médias. O responsável pela pesquisa, o economista Renato Fonseca, atribuiu a desaceleração principalmente à elevação das taxas de juros e à valorização do real frente ao dólar. Segundo ele, as grandes empresas reagem mais rapidamente à conjuntura econômica, pois têm mais acesso à informação. Elas têm acesso ao crédito e em 80% dos casos são exportadoras, por isso sentem mais rapidamente os efeitos da política monetária. Já as pequenas têm pouco acesso ao crédito e apenas 30% delas exportam, por isso não sentem tão rapidamente os impactos dessa conjuntura. Mas o economista prevê que, se os problemas continuarem para as grandes empresas, elas reduzirão as encomendas feitas às pequenas e estas também serão afetadas pela desaceleração da atividade. A sondagem foi feita de 4 a 25 de janeiro de 2005, com 1.214 pequenas e médias empresas e 199 grandes empresas. Carga tributária é problema A carga tributária elevada continua sendo o maior inimigo dos industriais brasileiros, mesmo com o agravamento do custo do capital gerado pela elevação dos juros. As empresas entrevistadas na Sondagem Industrial da CNI deveriam apontar os três maiores problemas enfrentados em sua atividade no quarto trimestre de 2004. Entre as grandes empresas, 73% apontaram os impostos, taxas e contribuições como o maior empecilho, ante 69% citados no terceiro trimestre. Em segundo lugar vieram as taxas de juros elevadas, com 47% de indicações (foram 41% no levantamento anterior). Os juros desbancaram do segundo lugar de queixas o alto custo das matérias primas e a competição acirrada de mercado. Capacidade instalada e emprego A utilização da capacidade instalada da indústria, segundo a Sondagem Industrial da CNI, manteve-se estável no quarto trimestre do ano passado, atingindo 77%, ante 76% do terceiro trimestre. No quarto trimestre de 2003, ela foi de 74%. Houve estabilidade, tanto na ocupação das grandes indústrias, que manteve-se em 83% no período, quanto nas pequenas e médias, que passaram de 73% para 74% do terceiro para o quarto trimestre de 2004. Também ficou estável o nível de emprego, que passou de 55,6 pontos no terceiro trimestre para 54 no quarto. Mas essa estabilidade só foi registrada entre as pequenas e médias indústrias para as quais o nível passou de 53,7 pontos para 53,1. Já entre as grandes indústrias, houve uma queda de 59,4 para 55,7 pontos.

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