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Indústria critica decisão do Copom e diz que corte de juros deveria ser maior

Como já era esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic, a taxa básica de juros da economia, em 0,5 ponto porcentual - de 14,25% para 13,75% ao ano

Por Agencia Estado
Atualização:

Como já era esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic, a taxa básica de juros da economia, em 0,5 ponto porcentual - de 14,25% para 13,75% ao ano. A indústria mais uma vez criticou a decisão do Copom e destacou que, dadas as condições econômicas do País, o corte dos juros poderia ser maior. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avaliou em nota oficial que a taxa continua a mais alta do mundo e "transforma investimentos em perigosa aventura, semeando insegurança e ameaçando a economia". De acordo com o presidente da entidade, Paulo Skaf, os juros são os responsáveis pelo "pífio crescimento econômico". "Há clara relação de causa-efeito entre nossas taxas usurárias e a queda de investimentos estrangeiros nos últimos dois anos", afirmou Skaf. "No contexto de uma economia mundial que não deverá repetir performance tão vigorosa no próximo exercício, seria imprescindível preparar o ambiente interno para viabilizar maior expansão do PIB. Mas, com juro real de 9,3%, faltando apenas dois meses e meio para terminar o ano, quem arriscará planejar investimentos para os primeiros meses de 2007?", questionou ele, que citou previsão da ONU de menor crescimento da economia mundial para o ano que vem. Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), "as ações do setor público precisam ser complementares à redução dos juros, para ultrapassagem dos obstáculos que retardam o início de um processo de crescimento mais robusto". Segundo nota da instituição, "é fundamental, dessa forma, que sejam eleitas como prioridade as reformas que permitirão um ajuste dos gastos públicos e a criação de um ambiente favorável ao investimento privado". Já o presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, avaliou que o novo patamar "ainda não é suficiente para que empresas privadas desengavetem grandes projetos de investimentos". Para Godoy, "mais umas três ou quatro decisões como a de hoje transformarão o investimento em infra-estrutura em um forte concorrente na atração dos recursos atualmente aplicados por fundos de investimento e de pensão em dívida pública". No entanto, ele ponderou que o Brasil só conseguirá manter juros básicos similares aos de economias desenvolvidas, se melhorar os gastos públicos e reduzir o déficit nominal. Juro real continua alto O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, afirmou que ainda há espaço para novas reduções na taxa de juros. "A atividade econômica está se expandindo em ritmo moderado e há expectativas de cumprimento - com folga - das metas de inflação para 2006 e também para 2007", explicou Monteiro Neto, conforme a nota. Ele avaliou como positiva a decisão anunciada pelo Copom de reduzir a taxa Selic em meio ponto porcentual. "Isso porque a queda dos juros de 14,25% para 13,75% ao ano deve se refletir na redução, ainda que modesta, das taxas cobradas dos tomadores de empréstimos e contribuir para a manutenção de um nível de atividade mais intenso nos últimos meses do ano", afirma a nota. Lembrou, no entanto, que os juros reais continuam muito altos, na casa dos 9,5% ao ano.

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