PUBLICIDADE

Indústria de brinquedos reforça linha de produtos populares

Por Agencia Estado
Atualização:

A fim de acompanhar o movimento natural da população de buscar produtos mais baratos para driblar a perda de renda, os fabricantes de brinquedos também reforçaram este ano para o Dia das Crianças a sua lista de produtos mais acessíveis com relação a preço. O objetivo é conseguir manter o faturamento pela escala, em vez de insistir nos produtos de maior valor agregado e menos saída. A Estrela, empresa líder do setor, colocou no mercado, por exemplo, bonecas com preços a partir de R$ 10,00, reduzindo um pouco a sofisticação do artigo, mas apostando na melhor venda. Eram produtos cuja média de preço ficava em R$ 30,00. A Brinquedos Bandeirantes também teve a mesma preocupação. Entre os lançamentos, a empresa tem triciclos, o carro-chefe, custando menos de R$ 30,00. A Grow, cujo forte são jogos cartonados, lançou linhas de produtos cerca de 35% mais baratos neste ano. A alternativa, de acordo com o gerente de produto, Gustavo Arruda, foi trabalhar com produtos sem personagens, para evitar os custos dos royalties do licenciamento, e cortar parte da margem de lucro. ?Esperamos recuperar no volume?, explicou. Ele disse que a tática deu tão certo que a empresa estimava inicialmente vender 25 mil unidades no ano destas linhas e agora fala em 60 mil. Os próprios números da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) mostram este movimento. O faturamento na data, de acordo com o presidente da entidade, Synésio Batista da Costa, deve crescer, em média, 6%, mas as vendas físicas, que totalizarão algo em torno de 70 milhões de unidades, representarão um aumento de 15% em comparação à mesma data de 2001. Ele adverte, no entanto, que o reposicionamento dos fabricantes começou há cerca de cinco anos, mas em 2002, com o aumento da moeda norte-americana, ficou mais claro. ?O dólar escancarou esta situação?, explicou. Varejo A estratégia já estava sendo também acompanhada pelo próprio varejo. O comércio em geral, percebendo a cautela do consumidor, evitava artigos de maior valor agregado. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, desde o começo do ano adotava a política de privilegiar produtos mais baratos para aumentar o volume de venda, de acordo com a coordenadora de bazar, Fabiana Formigone. O hipermercado Extra encomendou 15% mais artigos que no ano passado, mas espera aumentar seu faturamento em 10%. Na Ri Happy, rede com 60 lojas, o preço médio dos produtos nas prateleiras passou de R$ 24,70 no ano passado para R$ 22,80 este ano. Há um maior número de produtos disponíveis, segundo o diretor comercial da empresa, Ricardo Sayon, porque a indústria preferiu concentrar os lançamentos de produtos nesta época do ano, para aproveitar mais a sazonalidade e evitar riscos, já que a situação econômica era desfavorável. Com a ausência de lançamentos no início do ano, a participação de importados até cresceu. Mas isto não deve se refletir no faturamento. O valor médio das compras, na sua estimativa, cairá de R$ 48 para R$ 45. ?Não adianta trabalhar com produtos caros porque não vai vender?, complementou o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Brinquedos (Abreb), Nadim Libbos. Promoções O varejo em geral está apostando na data. Na falta de novidades no front econômico, resta ao comércio apelar para campanhas e muito marketing a fim de chamar os consumidores. De acordo com o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri, o varejo este ano está vivendo de eventos, já que não há ajuda nem por parte do crédito nem da melhora da renda da população. "Neste momento, os publicitários é que estão com a palavra", resumiu. O Ponto Frio fechou parceria com o McDonald´s para premiar os compradores de bicicletas, radiogravadores ou videogames com um lanche. Foi o primeiro acordo nestes moldes feito pela rede de eletroeletrônicos. As grandes redes de supermercados fecharam acordo com fornecedores para a confecção de catálogos com ofertas. No Carrefour, os folhetos incluem mais de 200 produtos. A expectativa é vender 20% mais que em 2001. A maioria dos grandes shoppings está promovendo programações especiais, como é comum nas datas comemorativas, para aumentar o fluxo de clientes nos empreendimentos, não só nas lojas de brinquedos ou roupas infantis. O tema de Halloween foi o escolhido em pelo menos três shoppings: Eldorado, Central e Aricanduva. Os investimentos chegam a até R$ 80 mil. A expectativa da Associação Brasileira dos Lojistas de Shoppings (Alshop) é de uma elevação de vendas de 3% a 4%. Individualmente, as expectativas dos estabelecimentos são superiores, como ocorre tradicionalmente. Na média, o incremento esperado é de 10% em relação ao ano passado. Leia mais sobre o setor de Comércio e Serviços no AE Setorial, o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.