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Indústria de fornos terá de reconverter produto a gás

De três anos para cá o porcentual de fornos e estufas produzidos para operar com gás subiu para 50% das unidades

Por Agencia Estado
Atualização:

A indústria brasileira de máquinas teme os efeitos da decisão do governo boliviano de nacionalizar as atividades de gás do país, dificultando o fornecimento de gás para o Brasil. O segmento de fornos e estufas, voltado sobretudo aos setores siderúrgico, de autopeças e de cerâmica, será o mais impactado, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello. Segundo Mello, isso porque, de três anos para cá o porcentual de fornos e estufas produzidos para operar com gás subiu para 50% das unidades. Antes disso, a maioria desses equipamentos utilizava energia elétrica e óleo pesado. O presidente da Abimaq explicou que a indústria que utiliza processos térmicos terá de se adaptar, e os fabricantes de máquinas terão de fazer a conversão desses equipamentos para poderem trabalhar com combustíveis líquidos. "Isso é ruim para a indústria no geral, justamente em um momento em que está fragilizada, devido à valorização do dólar, à concorrência asiática e às elevadas taxas de juros", avalia. O segmento de fornos e estufas faturou no ano passado R$ 200 milhões, uma parcela pequena quando se avalia o total das receitas do setor de máquinas e equipamentos (R$ 55 bilhões). Ainda assim, ressalta Mello, os fabricantes desses equipamentos não podem ficar em uma situação de indefinição com relação ao seu mercado. Reajuste do preço A Bolívia fornece mais da metade do gás natural consumido pelo Brasil e já advertiu que o produto terá o preço reajustado, segundo Mello. "Na prática, a medida boliviana resulta em aumento de custos para uma indústria de máquinas que está com queda no desempenho e perde competitividade no mercado externo. Além disso, sinaliza perspectiva de elevação inflacionária para o Brasil, uma vez que se trata de uma pressão de custos", concluiu.

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