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''Indústria de jornais não vai desaparecer''

Especialista critica ?videntes? que apregoam o fim dos periódicos

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Por Redação
Atualização:

"É muito fácil para os caras do Google falarem que toda informação pode ser gratuita, enquanto ganham bilhões de dólares vendendo anúncios em conteúdo produzido por outros." Com críticas àqueles que apregoam o fim dos jornais, o presidente da Parade Publications, Randy Siegel, defendeu a qualidade jornalística em entrevista dada à Columbia Journalist Review. A Parade Publications produz uma revista encartada todos os domingos em cerca de 450 jornais americanos, e Siegel é um dos membros do Newspaper Project ("Projeto Jornal", em português), um grupo formado por editores e empresários que defendem as empresas jornalísticas e combatem o pessimismo sobre o setor criando sites, anúncios e mesas de discussão. "Dizer que você não precisa mais de editores é risível. É preciso treinamento profissional para conseguir condensar uma massa de informação em prosa legível para leitores do papel ou do online", afirmou Siegel à publicação. "As empresas jornalísticas têm infraestrutura. Duvido que seu blogueiro favorito possa viajar ao Iraque para contar o que acontece por lá, depois entrar na Câmara Municipal e expor denúncias de corrupção. Jornalistas de qualidade sempre terão um papel importante na sociedade." Ele discorda que os jornais venham a acabar. "Chamamos ?jornal? tudo o que uma empresa jornalística produz, impresso ou em seu site", diz. "É uma indústria de US$ 55 bilhões ao ano e 100 milhões de clientes satisfeitos ao dia. Isso não vai desaparecer da noite para o dia, apesar dos desejos de alguns ditos videntes." Siegel apoia a criação, tanto nos impressos como nas redes sociais, de espaço para interação e discussão dos leitores. "Eliminar páginas editoriais é um erro. As pessoas têm fome por uma gama maior de pontos de vista, e querem ter espaço para discutir." Na edição da última segunda-feira do New York Times, o Newspaper Project publicou um anúncio de página inteira que dizia: "Mais pessoas lerão um jornal hoje do que assistiram ao jogo de ontem." Siegel afirma que isso ocorre porque, "no fim do dia, a preocupação é servir aos leitores".

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